O Poder do Conhecimento

Esse meu artigo também foi publicado no Hôtelier News. Leia AQUI.
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Para que estudar, se a experiência é o que vale?!” Tenho certeza que você já ouviu essa frase (ou até falou) por aí. Em hotelaria então, isso é o dia-a-dia. Parece que só há espaço para crescimento de pessoas com larga experiência operacional.
Dias atrás, meus alunos do bacharelado de hotelaria comentaram que uma profissional bem sucedida do ramo disse em uma palestra que não há necessidade de estudo para crescer em hotelaria.
Caso você acompanhe meus artigos, já pode imaginar o tamanho da minha indignação com esse tipo de posicionamento, ainda agravada pelo fato de ter acontecido dentro de um ambiente acadêmico.
Bem, enquanto hoteleiros pensarem assim, realmente nada vai mudar. Continuaremos vendo:
– Evasão de bons profissionais da hotelaria para outras indústrias;
– Poucos profissionais com visão estratégica e com ampla visão do negócio;
– Escassos cursos de especialização, pós e MBAs para formar gestores hoteleiros;
– Estudantes com uma visão romântica da indústria. Para esses, indico um estágio urgente! Isso é a melhor ‘vacina’ para que as expectativas fantasiosas da hotelaria sejam vistas por uma perspectiva realista;
– Falta de pesquisa na área (tanto conceituais quanto de números do segmento).
Aliás, as poucas pesquisas que existem não vêm com nenhum tipo de análise. Esse item é um indício claro do quanto precisamos de mais cabeças pensantes no segmento.
Espero poder participar de eventos do trade no nosso país sem precisar ouvir palestrantes passando dados e tendências dos Estados Unidos ou Europa.
Realmente temos um problema conceitual aqui. No Brasil, quando falamos em educação, as pessoas logo associam a diploma. Ledo engano. Afinal, hoje em dia, um certificado tem prazo de validade cada vez mais curto.
Sabemos que, amanhã, tudo o que aprendemos hoje pode (e vai) mudar.
Portanto, é importante termos consciência de que informação é um bem dinâmico. Já conhecimento é saber o que fazer com a informação disponível. Estamos falando de aprendizado interativo, colaborativo e personalizado.
Eric Mazur, professor de Harvard, disse: “Educação é muito mais do que mera transferência de informação. A informação precisa ser assimilada. Os alunos têm de conectar a informação ao que já sabem, desenvolver modelos mentais, aprender a aplicar o novo conhecimento e adaptá-lo a situações novas e desconhecidas“.

(foto: blog.opovo.com.br)
Como disse Gil Giardelli, CEO da Gaia Creative, em um excelente artigo para a HSM Management semana passada: “Vivemos em uma era em que a simples troca de informações é o motor de grandes mudanças”. Imagina o valor agregado do profissional que sabe encontrar, analisar e tomar decisões assertivas com base em informações relevantes?
Portanto, vamos ampliar isso. Estamos falando aqui em aprender. E você pode (e deve) aprender todos os dias, pela vida toda. O problema é que as velhas desculpas sempre aparecem nesses momentos: “não tenho tempo”, “não tenho dinheiro”, “tenho outras prioridades no momento”. E outras mais sinceras: “não consigo me concentrar”, “tenho preguiça”, “não sei pesquisar”, “não sei o que quero…”
Não costumo aceitar muito os argumentos acima. Já ouvi até que alguns artigos são longos demais. Bem, para essas pessoas, nem perguntei qual o último livro que leram.
Em um mundo digital, onde absolutamente TUDO está disponível para todos na internet, sempre digo que, atualmente, a sala de aula serve para debate, networking e organização de informações e ideias. Hoje em dia, só não aprende quem não quer.
Esses dias fiz um teste. Meus alunos tinham 30 minutos para pesquisar sobre certo assunto na web. A maioria voltou sem nada nas mãos. Motivo: tirar informação da internet para eles se resume a foto abaixo:
           Tradução: “Tirar informação da internet é como tomar um drink em um hidrante!”
Portanto, pare de ser escravo da internet. Faça-a trabalhar para você. Com os sistemas de busca, redes sociais, RSS e assinatura de algumas newsletters, você clica somente nos links que de seu interesse que já chegaram no seu email.
Também procure estudar em instituições de renome. O quadro de professores importa sim.
Os benefícios do conhecimento são inúmeros:
– Maior autoconfiança (pessoal e profissional)
– O que todo mundo sabe: “Quem lê mais, escreve e fala melhor!
– Poder de análise. Exemplo: muito comum existirem pessoas que não sabem traduzir, analisar e explicar dados numéricos.
– Autonomia do pensar. Aceitar passivamente opiniões e/ou modelos prontos de pensamento nos fazem menos interessantes, tanto no ambiente de trabalho quanto pessoal. Acredite: senso crítico faz toda a diferença em um profissional.
Para comprovar isso, veja o que diz a pesquisa do Economist Intelligence Unit (EIU) de 2009, sobre as habilidades consideradas muito importantes e que faltam aos profissionais da América Latina:

  • Pensamento crítico – 78%
  • Capacidade para solucionar problemas – 73%
  • Aptidões pessoais, como negociação e networking – 72%
  • Liderança – 66%
  • Comunicação oral e escrita – 65%
  • Compreensão das implicações financeiras de decisões de negócios – 60%
  • Vários idiomas – 49%
  • Ciência, tecnologia, engenharia e matemática – 43%
  • Proficiência tecnológica – 40%
  • Análise estatística – 23%
 
Se nada disso ainda o convenceu, lembre-se que o conhecimento tem um caráter libertador, transformador. Isso explica por que as ditaduras limitam o direito a ele, à cultura e à informação. Junto com o aspecto monetário e moral, o conhecimento é um dos três itens que compõem a liberdade do ser humano.
E, por favor, vamos parar com essa história de escravos da hotelaria. Se você se sente um escravo (de qualquer coisa), é porque onde está não sente prazer nem reconhecimento pelo que faz. Mas a questão aqui é simples: partindo do pressuposto que você é o dono da sua vida (e não a empresa), o que você está fazendo para sair dessa situação? Pare de colocar a culpa em algo (ou alguém) e assuma o controle da sua vida profissional.
Pelo lado corporativo, de acordo com especialistas, a melhor maneira de uma empresa transferir o conhecimento é contratar pessoas perspicazes e deixar que elas conversem entre si.
Entretanto, na prática, o que vemos dentro de hotéis são pessoas brilhantes sobrecarregadas de tarefas que lhes deixam com pouco tempo para pensar, e nenhum para conversar.
Portanto, seja aquele profissional que “quer algo mais”. Não se acomode, não se contente com um dia a dia sem desafios, inovação e novas ideias. Aliás, se você está lendo esse texto até aqui já é um bom sinal!
 
E se você é um gestor ou dono do seu próprio negócio, permita (até incentive) uma boa conversa entre seus colaboradores.
Independente da área, a atualização de um profissional deve ser permanente. Escolha um assunto de seu interesse e de aplicação prática na vida profissional e faça cursos, especializações, assista palestras, participe de associações do setor, invista em um bom networking, seja criativo, comunicativo e converse sempre.
Termino com uma frase do artigo A libertação no mundo por meio da banda larga: Não use velhos mapas para descobrir novas terras!
Se você realmente quer se destacar no mercado de trabalho, invista no seu diferencial! E, junto com sua reputação, o conhecimento é tudo o que realmente você levará para sempre na sua jornada profissional. Portanto, cuide da sua imagem, garanta seu futuro e aprenda…sempre!

RM – O Conceito que está revolucionando a Hotelaria Nacional

Esse texto está reproduzido integralmente de como foi publicado no Hôtelier News e foi escrito por Aline Costa e Juliana Albino. Leia o original AQUI.
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Vale o quanto pesa. O provérbio, apontado por muito como de origem lusitana, ajuda a explicar o conceito de Revenue Management (RM. A grande expertise é perceber que o valor dos serviços prestados de um hotel varia de acordo com uma série de fatores internos e externos.
A prática de mapear esses indicadores e cruzar com a infraestrutura do empreendimento, permite focar a venda para a pessoa certa, na hora certa e pelo preço certo (segundo Robert Cross).
O assunto tem sido abordado nos principais seminários, congressos e reuniões do trade e o Hôtelier News conversou com diversos profissionais para buscar novas abordagens a respeito da aplicação deste conceito.
Segundo Gabriela Otto, Diretora de vendas e distribuição da Rede de Hotéis de Luxo Sofitel para América do Sul, o Revenue Management ainda caminha no Brasil.
As cadeias internacionais foram as primeiras a falar sobre esse assunto, pois tiveram que se adaptar mais rápido às exigências de sua marca no exterior em termos de previsão, precificação e, principalmente, metas financeiras cada vez mais difíceis de atingir. Nós estamos caminhando, digamos, a passos ‘médios’. Como exemplo, ainda nos falta inserir RM como matéria básica nos cursos de hotelaria e precisamos ter mais consultorias e treinamentos especializados para escrevermos, debatermos e pensarmos mais sobre o assunto. Enfim, é um setor cheio de oportunidades.”
Gabriela Otto é uma das especialistas
em Revenue Management no país.
(Foto: arquivo pessoal)
Ela destaca que se estivesse cursando hotelaria hoje, sem dúvida se especializaria em Revenue Management. “Vocês não imaginam a quantidade de hotéis que procuram RMs todos os dias e que não conseguem preencher suas vagas por falta de profissionais com um mínimo de qualificação no assunto.”
Ideas
Um dos sistemas utilizados no mercado brasileiro é o Ideas, que atualmente atende a hotéis como o Tivolí São Paulo Monfarrej, Grand Hyatt São paulo e alguns empreendimentos da Rede George V – Alto de PInheiros e Casa Branca, por exemplo.
Ao falar sobre o sistema RM, Wilton Costa, Gerente de Receitas do Tivoli São Paulo, destaca sua precisão. “O sistema atua de uma forma que o sistema não conseguiria, independente de sua experiência no setor.”, afirma ele. “O Ideas decide o melhor negócio para o hotel. Para tanto, o sistema possui uma interface de rate view que estuda as tarifas mais competitivas a serem praticadas para cada época.”, completa.
Costa esclarece ainda que, por meio do RM, sua atuação no hotel é otimizada. “Antigamente o profissional de RM ficava mais preso ao controle de receitas. Hoje, com a redução de processos que o Ideas oferece,  posso fazer visitas técnicas e me preocupar com outras coisas.”, conta ele.
Gabriela Otto também aponta que as ferramentas de RM são essenciais para o funcionamento de um hotel. “RM, na verdade, é muito mais que uma ferramenta, e sim um método e estratégia de gerenciamento que evidencia na demanda e preço. Sem dúvida um hotel hoje que visa rentabilidade e competitividade sustentáveis, não pode mais viver sem uma sólida cultura de RM permeando sua estratégia. As tecnologias são atreladas ao mecanismo, e o que nao falta hoje são sistemas e programas específicos para auxiliar os RMs a fazerem suas previsões e análises de dados com a menor margem de erro possível.”, declara.
Ainda alerta, “é muito importante salientar que a tecnologia ajuda, mas está longe de ser o ítem mais importante da gestão de RM. Já vi profissionais super qualificados e uma simples planilha de Excell trazendo incremento real de receita no final do mês, com previsões (forecasts) bem realistas e ainda aplicando preços dinâmicos. Antes de qualquer investimento astronômico, um curso avançado de Excell, por favor!”, enfatiza.
Primeiro Ano
Diferente do ocorrido com outros empreendimentos que utilizam Ideas no país, o Tivoli São Paulo trabalha com o sistema desde sua abertura. Ao ser questionado sobre a efetividade do sistema, Costa explica que o primeiro ano de operação funciona como um período de pesquisas. “Foi um ano de estudo, no qual o sistema criou um banco de dados com informações sobre o comportamento dos clientes, bem como as tarifas praticadas em cada mês. Apartir disso, fizemos o orçamento para 2010“, explica ele.
Vendas x RM
Com experiência no setor de vendas, Costa comenta a relação do Revenue Management com o vendedor, que, às vezes, pode ser controversa. “O colaborador da equipe comercial quer vender, é o Revenue Manager é a pessoa a ser convencida, visto que, em alguns casos, as vendas são remanejadas para que outras com melhor potencial de  receita possam ser concretizadas.” justifica ele.
Porém, segundo ele, esse choque não ocorre no empreendimento. “Como fui eu que realizei a implantação  do sistema no hotel, não houve nenhum tipo de trauma. Pelo contrário, no empreendimento o sistema beneficia a equipe de vendas ao indicar qual segmento deve ser focado.” explica.
No quesito Revenue e Vendas, Gabriela Otto diferencia a importância de ambos os departamentos. “O Marketing (assim como vendas) é responsável por gerar demanda e Revenue Management de gerenciar essa demanda. Se um hotel trabalha somente com Marketing e Vendas, aceitará toda as reservas que chegarem sem nenhum critério e deixarão de ganhar (‘leaving money on the table’)”, frisa.
A executiva traça um paradigma para aquele hotel que só trabalha com RM. “Se um meio de hospedagem foca suas ações somente em RM, primeiro pode nem ter demanda para gerenciar e, segundo, esqueçe fidelização, agregar valor à experiência do hóspede e relacionamento a longo prazo. Ao mesmo tempo que não dá para imaginar um trabalhando sem o outro, ainda é muito comum vermos Gerentes de Marketing e RMs de um hotel que nunca sentaram para conversar. Parecem dois estranhos. A conciliação não é fácil, pois ambos se sentem um pouco ‘donos’ do cliente. Um gerencia as preferências e comportamento do hóspede através do CRM e o outro sabe tudo sobre seu perfil de compra. Na verdade a criação de uma relação sólida e vitalícia com o cliente exige um trabalho em conjunto, analisando todas essas informações.”
Ela abre uma reflexão sobre com os vendedores mais antigos em relação ao RM. “Ainda há uma certa tensão no ar quando tratamos de RM com aqueles vendedores mais antigos (em termos de mentalidade e não necessariamente idade ou experiência). A sensação de perda de poder e autonomia que o vendedor (que não entende os benefícios de RM) pode atrapalhar uma melhor performance do hotel. Por outro lado, não existe mais espaço para aquele RM que se coloca como o ‘todo poderoso’, que exige ser acatado, que não admite que errou e que não leva em consideração a ampla visão de mercado e profundo conhecimento dos clientes, que só os vendedores tem. Felizmente a nova geração está chegando com uma cabeça super aberta e consciente de que todos estão ‘no mesmo barco’, querendo aprender mais e sempre. Isso é excelente para nosso setor“, completa.
Sem gesso
O George V Alto de Pinheiros, localizado na capital Paulista, já com o sistema de RM a certo tempo, no qual Marcos Steiger, gerente operacional do Grupo Aldan, proprietário do empreendimento, destaca como um grande benefício o fim das tarifas ‘engessadas’. “Com a implantação de RM deixamos de ter contratos engessados para vender melhor“, afirma ele. “Com o Ideas, é possível avaliar os fluxos do passado e presente para fazer projeções futuras“, completa.
Steiger explica também o processo de implantação do sistema. “Antes do Ideas, já operávamos com RM, porém de uma forma que classifico como ‘caseira’. Com a idéia de otimizar a receita, fizemos seminário e implantamos o sistema, que ajudará a elevar nossa diária média, possibilitando um crescimento de até 20% em vendas gerais para 2010 (no George V Alto de Pinheiros)”, afima.
Resistência e Retorno
Ao ser questionado sobre a suposta resistência do mercado brasileiro  à cultura de RM, Steiger explica que muitos hoteleiros podem achar que o sistema vai influir na sua ‘autonomia nos negócios’ . “O software não vai administrar seu hotel. A palavra final sempre será a do gerente“, esclarece.
Por fim, o executivo afirma que RM é um investimento que se paga. “Acredito que falta ainda um pouco de ousadia para alguams redes no Brasil.” Quando você utiliza um sistema de RM, deve estar preparado para ouvir e falar ‘não’ em alguns casos. Contudo, nada te impede de tentar mudar a cultura de seu cliente. O Revenue Management representa uma profissionalização para o setor, principalmente por acabar com o ‘achismo’ na hora do gerenciamento de receita“, encerra.
Gabriela ainda enfatiza que existe resistência no mercado brasileiro para a prática de RM. “Eu tenho certeza dessa barreira, principalmente por falta de conhecimento. Não é raro vermos aquele Gerente Geral ou mesmo Gerentes de Vendas com uma questão ainda retrógrada, achando que volume, achando que volume é mais importante que qualidade da venda. Sei de histórias, de hotéis conhecidos no mercado nacional, que ainda trabalham com uma única tarifa para todo seu hotel, não importando a categoria, sazonalidade ou perfil do cliente”, completa.
Isso só para mencionar alguns poucos critérios que devemos analisar antes de determinar um preço. O que fazem é, no máximo, uma diferença entre dia de semana e final de semana. No dia em que eles derem o braço a torçer e um RM conseguir mostrar o quanto de receita eles estão deixando de ganhar (‘leaving money on the table’, que já citei acima), gostaria de estar lá para ver a cara dos nossos amigos hoteleiros aeptos ao Sempre sobrevivemos assim. Para que mudar?”, questiona.
A frente da concorrência
Para Gabriela RM facilita as vendas e acaba proporcionando que o hotel saia na frente da concorrência. “A assertividade é indiscutível. A demonstração de profissionalismo diante de uma negociação com o cliente e valorização do seu hotel é inquestionável quando o vendedor aplica as recomendações do Revenue Manager juntamente com sua expertise sobre o cliente.”
E destaca, “todos no hotel devem ter muito cuidado ao lidar com o ‘preço’ do seu produto/serviço. Preço é um dos componentes que compôem a imagem da marca. Todo vendedor deve entender muito bem o impacto que um desconto ou upgrade mal dado pode trazer ao posicionamento de sua marca“, aponta.
Cultura a ser difundida
O Grand Hyatt São Paulo é um exemplo de empreendimento que sentiu necessidade de implantar o Revenue Management. “No início da operação do hotel não tínhamos o Revenue. pois, depois de alguns anos, percebemos que, em um meio de hospedagem desse porte e com uma grade tarifária extensa, seria praticamente impossível trabalharmos sem o sistema”, conta Alexandre Teixeira, Gerente de Revenue Management do Grand Hyatt São Paulo.
Dessa forma outros executivos, Teixeira endossa o entendimento que o RM é uma cultura. “A partir do momento que você decide implantar o sistema, ele deve ser difundido para que todos os departamentos do hotel fiquem alinhados. Uma vez que as pessaos entendem os benefícios, fica fácil de vender a idéia. O sistema ajuda, inclusive, as operações da equipe de vendas, que tem acesso ao Ideas para saber o melhor tarifa a ser oferecida para determinado grupo“, aponta o executivo.
Rodrigo Collaro, que já atuou na Gol Linhas Aéreas, Accor e hoje ministra palestras pelo sul do país comenta que ainda dependendo da região, por não ter a concorrência das grandes redes, os hotéis menores acham que não é necessário implantar o conceito. “O lado positivo pe que esse cenário, embora ainda exista, já está mudando. O movimento começou nos Estados Unidos, depois passou pela Europa, e agora chegou no Brasil e tende a ser assimilado em todo o país.”
Pouco a pouco a percepção das oportunidades que a aplicação do conceito abre vai crescendo entre os profissionais. “Você tem mais ferramentas para fidelizar os clientes mais assíduos e que compram com antecedência. Por outro lado, você pode ser menos flexível com quem deixapara o último momento e é menos sensível a preço“, comenta.  Diante disso, o maior desafio de um hotel é conciliar business e lazer com faixas de perços diferentes. “O público que viaja a lazer é mais sensível a preços e pode até cancelar os planos se achar que não vale a pena. Já o público corporativo é menos sensível por conta da grande necessidade que tem  de reaizar as viagens.”
Segmentação
De acordo com Teixeira, a segmentação é fundamental para um sistema de RM funcionar de acordo. “Um exemplo é o segmento de grupos, no qual o sistema classifica o tamanho (quantidade de pessoas), período da semana para o qual a reserva é solicitada e fatores como a receita de A&B que poderá ser gerada, podendo assim escolher a melhor alternativa de venda para o hotel“, explica. “Contudo, vale ressaltar que o sistema nunca descarta nenhum tipo de venda, mas sim dá opções como escolha de datas diferentes“, esclarece.
EUA e Brasil
Teixeira comenta ainda a diferença da aceitação na cultura de RM entre os Estados Unidos e o Brasil. “É mais fácil operar com o sistema na relação comercial com os grupos do exterior. No Brasil,  isso tem melhorado bastante, mas, em alguns casos individuais, a negociação fica mais complicada“, analisa.”Já existem vários executivos que entendem e temos avançado nessa questão“, completa.
Gabriela diz que as estratégias de RM são aplicadas nos EUA a mais de 20 anos. “Eles estão em um patamar já focado em ‘novas’ tecnologias e realizando debates super profundos sobre o assunto. Lá o RM é Diretor de RM, no mesmo nível do Diretor de Vendas. Por aqui, muitos hotéis (quando tem um RM) ainda oferecem cargos e salários abaixo dos vendedores, por exemplo. Isso terá que mudar, e rápido. Por aqui,  estamos descobrindo ainda o que é mesmo esse negócio de RM, essa ‘nova moda’ que todo mundo resolveu falar. Se você perguntar para a maioria dos hoteleiros do Brasil sobre o conceito e aplicabilidade de RM, ainda ouviremos discursos básicos. Os que estão se aprofundando no assunto, se destacam no mercado e conseguem resultados efetivos para seus hotéis.”
Mais do que comparação com outros países, o que precisamos mesmo é  deixar qualquer resistência de lado, aprender sobre o assunto e colocar a ‘mão na massa’. Nosso ‘timing’ só precisa ser um pouco mais rápido“, acrescenta.
RM na crise
Por fim, o executivo comentou sobre a importância de operar com RM durante períodos de instabilidade econômica, como o ocorrido no último ano. “O sistema é essencial nestes momentos, principalmente porque te ajuda a qualificar a venda e extrair o melhor de cada período, eliminando pouco daquela análise especulativa“, justifica Teixeira.
Quadro Negro
Não, não vamos falar de nenhum aspecto catastrófico. Este quadro negro à uma referência às lousas verdes tradicionais das salas de aula. Luiz Gonzaga Godoi Trigo, professor da Universidade de São paulo, que ministra palestras e aulas sobre o tema, salienta alguns aspectos do ambiente de aprendiagem universitária.
No curso de Turismo da USP, Revenue Management é ministrado junto com as matérias de administração no meio do curso. Um dos itens principais que os alunos têm que  entender é que o RM é um instrumento e não um fim. Portanto é necessário seguir todos os procedimentos e processos para que esse sistema funcione“, explica Trigo. “Claro que é necessário também saber distinguir quando um procedimento deve ser deixado de lado por conta das necessidades presentes. Como exemplo, falar de um hóspede que chega meia noite e meia no hotel. Você não vai fazê-lo preencher ficha naquele momento“, comenta.
Ele acrescenta também que uma das formas de explicar o conceito aos alunos é comparando o sistema de preços com o que já vemos em cinemas e teatros – nos quais preços variam de acordo com o dia e  horário das exibições. “E há sites que já exibem o preço mínimo previsto com antecedência de um ano. Nestas tabelas podemos perceber com os preços variam em algum  final de semana especial ou em período de férias.”
Collaro que ministra palestras para hoteleiros ja atuantes, cita as principais dúvidas. “A primeira delas é  em relação aos reais beneficios que o RM possa trazer ao empreendimento. Principalmente os proprietparios de meios de hospedagem independentes e familiares, que acham que o conceito só é aplicável a redes. Além disso,  eles querem saber também qual o software mais adequado para suas necessidades“, comenta Collaro. “Outra questão  levantada é sobre qual a melhor forma de negociar os contratos corporativos. Há o medo de perder clientes“, finaliza Collaro.

Muita “utopia” em 2010!

“O presente pertence aos pragmáticos. O futuro é dos utopistas.” João Baptista Herkenhoff
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Ao pensarmos em utopia a primeira coisa que nos ocorre é de algo irrealizável, inatingível, de um sonho impossível. Os dicionários definem utopia como “projeto irrealizável: quimera”. Thomas Moore escreveu uma obra filosófica, que relatava o ambiente e as condições de vida ideais numa ilha imaginária, a qual denominou utopia. Daí tal termo passou a ser utilizado como sinônimo de algo cuja realização seja difícil ou impossível.
Todavia, não é nesse sentido que utilizamos a expressão “utopia”. Segundo João Baptista Herkenhoff, o conceito de utopia tem como idéia central favorecer uma visão crítica da realidade. Mas, acrescenta, sua função vai além disso. Utopia é, acima de tudo, uma forma de ação, pois provoca o movimento das pessoas em busca de uma sociedade mais justa. Contrariando o conceito clássico, busca-se através da utopia não o que é impossível, mas, sobretudo, o que é justo. Trata-se, pois, do “Princípio da Esperança” que anima o mundo e sustenta a vida.
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Esse texto foi escrito pelos dirigentes da Safrater – Sociedade de Amparo Fraterno Casa do Caminho no seu Boletim Informativo, chamado Notícias do Tiãozinho, de Dezembro de 2009.
E é assim, contrariando muitas expectativas, que conseguimos alcançar nossos objetivos, ousamos e saimosvencedores.
De acordo com o Doutor alemão Antônio Inácio Andreoli, “a possibilidade de pensar para além da ordem das coisas é um dos elementos centrais da emancipação humana, pois, apesar dos condicionamentos sociais e culturais das sociedades divididas em classes, há um espaço de reflexão e ação autônoma que permite a construção de uma consciência acerca da dominação vigente com potencial de superá-la.”
Com base em tudo isso, desejo que 2010 traga muita “utopia” em sua vida e, assim, ela seja repleta de esperança e atitude em direção ao seu sucesso pessoal e uma sociedade mais justa.
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Que tal começar LHE dando um presente. Apadrinhe uma criança na Creche do Tiãozinho ou somente contribua mensalmente (a quantia que quiser e puder) para essa ou qualquer outra entidade que busca mais igualdade na nossa sociedade. Acredite, a sensação da caridade incondicional é o melhor presente que podemos nos dar.
Mais informações: www.tiaozinho.org.br
“Só engrandecemos noss direito à vida, cumprindo o nosso dever de cidadão do mundo.” Mahatma Gandhi

Universitários, escutem o Bill Gates!

Bill Gates foi convidado por uma escola secundária dos U.S. para uma palestra.
Chegou de helicóptero, tirou o papel do bolso onde havia escrito onze itens. Leu tudo em menos de 5 minutos, foi aplaudido por mais de 10 minutos sem parar, agradeceu e foi embora em seu helicóptero.
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Obs.: Eu, como professora universitária, gostaria de reforçar tudo isso aos meus alunos…TODOS os dias! Tomei a liberdade de colocar em “itálico” as minhas observações.
Segue seu discurso:
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1. A vida não é fácil — acostume-se com isso.
Quem está acostumado a ter tudo muito fácil, pode ter muito mais dificuldade de relacionamento, para ouvir um feedback, etc. Já ouvi pessoas com menos de 1 ano de trabalho chateados ou desmotivados por não ganharem uma promoção.
2. O mundo não está preocupado com a sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele ANTES de sentir-se bem com você mesmo.
Idealizar uma profissão não tem nada de mal, mas achar que o mundo gira a sua volta realmente é um pouquinho demais. Nem sempre você será reconhecido. Nem sempre ouvirá elogios e, muito provavelmente, se sentirá menosprezado em alguns momentos. Menos drama…acredite em seu potencial e vá em frente!
3. Você não ganhará R$20.000 por mês assim que sair da escola. Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.
Ouço muitos alunos dizendo que seu ideal de vida é “ganhar dinheiro”. Com o tempo vão aprender que isso é “consequência” e não a “causa” pela qual devemos acordar todos os dias e ir para o trabalho.
4. Se você acha seu professor rude, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você.
Acho que essa eu vou enquadrar e colocar bem grande na entrada da sala de aula.
5. Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de oportunidade.
Reveja seus conceitos e veja se não está se super valorizando…Boa auto-estima, mas com o “pé no chão”, por favor.
Acho engraçado algumas pessoas que voltam de viagens do exterior enchendo a boca para dizer que trabalharam como “waitress”, “hostess”, “dish washer”…bem, quando eu tive essa experiência, há muitos anos, fui garçonete mesmo. E posso dizer que essa fase ajudou muito para aprender sobre postura e comportamento profissional, entender o cliente, excelência em serviços e, principalmente, o imenso respeito por todos os profissionais de operação de um hotel (minha área de atuação). Acreditem, isso fez a diferença!
6. Se você fracassar, não é culpa de seus pais. Então não lamente seus erros, aprenda com eles.
Essa “desculpinha” é velha e não cola mais. Assumir responsabilidades e seus erros é o mínimo esperado por um profissional (talvez possa dizer, por um adulto).
7. Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são “ridículos”. Então antes de salvar o planeta para a próxima geração querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto.
Outra para o “quadro”…
8. Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente NADA na vida real. Se pisar na bola, está despedido… RUA!!! Faça certo da primeira vez!
E ainda existem milhares de alunos que simplesmente não aceitam um nota baixa ou reprovação. Gostaria de saber como vão lidar com uma demissão. Depressão e muito dinheiro gasto em terapia…desperdício!!
9. A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.
Inacreditável, mas já tive pretendentes a estagiários que, mesmo com horário marcado, não compareceram à entrevista por estarem na praia ou por ser muito cedo pela manhã. O auge foi quando um desses ligou dois meses depois perguntando se era possível remarcar…huuummmm, deixa eu pensar…NÃO!!!
10. Televisão NÃO é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar.
Boa!!!! Óculos escuros e sono “incontrolável” na aula do dia seguinte ou no trabalho não é nada profissional.
11. Seja legal com os CDFs (aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas). Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar PARA um deles.
Sempre falo sobre a importância do “networking” nas minhas aulas. Pena que muitos ainda não sabem o quanto os amigos da faculdade poderão abrir (ou fechar) grandes portas na vida profissional. Fazer o quê? É esperar para ver…

Pode parecer meio duro, mas acreditem, é a pura realidade. Com boa vontade e pés no chão, é possível construir uma bela carreira profissional. GOOD LUCK!!!!

Lições de Liderança de Mandela

Em 2008,a Times publicou um artigo entitulado “Oito Lições de Liderança” , de acordo com Nelson Mandela (“o maior líder moral do mundo”).
O jornalista Richard Stengel também foi responsável por sua autobiografia Long Walk to Freedom (O Longo caminho para a Liberdade).

As lições:
1) Coragem não é a ausência de medo, é algo que permite inspirar os outros a irem além do temor.
2) Lidere na dianteira, sem nunca deixar de ter uma base segura atrás.
3) É vital saber liderar ao lado, fazendo com que os liderados acreditem que estão na frente.
4) Conheça o seu inimigo, particularmente os passatempos favoritos dele.
5) Mantenha seus amigos bem próximos e os inimigos mais perto ainda.
6) As aparências são muito importantes. E nunca se esqueça de sorrir.
7) Não é apenas branco ou preto. Veja sempre as outras possibilidades.
8) Desistir ou abandonar idéias, tarefas ou relacionamentos fracassados não deixa de ser uma forma de mostrar liderança.
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Conheça mais sobre este hoem extraordinário e sua Fundação AQUI (em inglês).

Experiência “pra lá de” Alternativa

Vou contar uma história inacreditável que aconteceu comigo lá “pelos idos” de 1996/1997.
Como sempre gostei de escrever, de vez em quando participava de concursos culturais de jornais e revistas. Para minha alegria (já que nunca ganhei nada nesses projetos, além do prazer de escrever), cheguei ao final do Concurso “Viagem do Leitor” de uma Revista chamada “Turismo BrasilService”.
Restavam só 3 finalistas, e eu, otimista como sempre, já me imaginava curtindo uma praia no mar do Caribe (com direito a acompanhante).
No mês seguinte, edição onde deveria ser revelado o ganhador da promoção, procurei por todas as bancas de jornal e não encontrei mais a revista.
Estranho?! Não tive dúvidas, liguei para a Editora (LARC Serviços de Comunicação Ltda), com aqueles telefones de 7 números ainda. O número não existia. Tentei todas as outras formas (dos anos 90) de comunicação (carta, fax, telefones de filiais de outros estados), nada! Lembrando que eu não tinha acesso à internet na época.
Resumindo, a revista fechou e a história do único concurso que eu poderia ter ganho na vida, ficou na lenda!
Claro que, assim que tive acesso à internet, algum tempo depois, minhas primeiras palavras escritas nos sites de busca foram: “revista turismo brasilservice” e “larc serviços de comunicação”…nada! Essa última até existe, mas o “website não é divulgado”. Decepção!
Lembrei disso esses dias e resolvi aproveitar o espaço aqui para não deixar a história, nem o texto, se perderem no tempo.
Segue abaixo a comprovação da publicação (sim, eu mantenho a revista até hoje – Ano XI, nº 118, R$ 6,00…questão de honra!).
Quem souber notícias da revista, do meu (possível) prêmio ou só quiser fazer comentários sobre o que achou do texto, será muito bem-vindo!
Em tempo, a viagem para Cancun e o lugar descrito realmente existem. Mas não passei a noite lá e, claro, minha imaginação ajudou para a finalização do texto.
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 EXPERIÊNCIA ALTERNATIVA
Por trabalhar em um hotel 5 estrelas e viver sob o constante stress da vida urbana, sempre apreciei o contato com a natureza e viagens alternativas.
De férias em Cancun, cheguei a uma praia de difícil acesso, próxima às ruínas maias, típicas naquela região. Fui informada de que a praia era própria para nudismo e dispunha de cabanas “simples” para passar a noite. Achei a idéia tentadora (não que seja adepta ao nudismo). Mal podia imaginar o martírio que me aguardava. A palavra “simples” nunca mais teve o mesmo significado para mim.
Resolvi me hospedar por uma noite e, na ansiedade de curtir novas emoções, nem me preocupei em dar uma olhada nas dez cabanas disponíveis. Tudo começou com o proprietário do local. Um homem saído diretamente de Woodstock e seguidor ortodoxo do movimento hippie. Ao invés de espanhol, apelidei seu linguajar de “mexicanês pode crê”! Quando perguntei pelas chaves, recebi um irônico sorriso como resposta. Não entendi!
Finalmente cheguei ao aconchego da cabana que seria meu lar durante aquela noite. Nunca tive graves problemas de saúde, mas naquela hora pude sentir na pele como deve ser doloroso um princípio de enfarte.
Entendi o porquê do sorriso irônico do anfitrião…um pedaço de corda era a “chave”.
Com um confortável “living”, quarto e cozinha conjugados em 2 x 2,5 m, a cabana era feita de madeira e, pasmem, não havia assoalho. Somente algumas tábuas de madeira foram erguidas sob a areia da praia e, ainda assim, com frestas que mais pareciam janelas ou persianas para ventilação. Fui tentando, aos poucos, me refazer do susto. Afinal de contas nem tudo estava perdido, pois havia uma rede para que minha escoliose passasse bem a noite. Que pesadelo!
Aliás, a belíssima rede, que não poderia ter sido lavada nos últimos cinco anos, parecia a salvação, já que era a única mobília do distinto recinto (até rimou!).
Já estava entardecendo e a maioria dos turistas retornavam para o centro de Cancún, para seus colchões, chuveiros quentes e toda aquela infra-estrutura básica que ninguém dá valor até ter a infeliz idéia de tentar ser “alternativo”. Tudo bem, o espírito de aventura estava falando mais alto.
Na praia restavam somente alguns casais de namorados (hippies, é claro) e simpatizantes do nudismo. Deveria ter aproveitado aqueles singulares momentos para um estudo sociológico aprofundado daquele grupo de pessoas que vivia num mundo completamente isolado do resto da civilização.
Depois de muita meditação e bate-papo sobre o cosmos, nada melhor que um banho, um jantar típico e uma noitada “a la Mexico”!
O banheiro comunitário se resumia em uma casinha de madeira sob uma duna de areia que insistia em mudar de lugar conforme o vento. Claro que as frestas nas paredes, assim como nas cabanas, estavam presentes. O tão esperado banho quente provinha de um chuveiro que oferecia, em torno, de cinco gotas geladas para cada hóspede. Até hoje ainda acho que era água salgada.
Não preciso falar da existência ou não de sabonetes, toalhas, etc. Shampoo? “O que é isso?” Fiquei com medo de perguntar pelo condicionador.
Passado o trauma do banho, pés constantemente em contato com a areia da praia, vamos ao jantar. Uma escada natural, feita de pedras e areia me separava do restaurante mais próximo. Só não haviam me avisado dos quase 100 degraus que deveria enfrentar. Tudo bem, os deliciosos pratos típicos tirariam a má impressão deixada pelo terrível acesso ao local. Eu já estava me acostumando com as decepções e a porção de minúsculos e engordurados camarões “típicos”, servidos como prato principal, não me surpreenderam. Recuso-me a lembrar dos outros pratos. Entendi porque o pessoal alternativo era vegetariano, ou estava sempre fazendo jejum. Meu paladar nunca mais foi o mesmo.
De volta ao “resort”, fui à beira da praia apreciar o local. Foi o momento mais bonito do dia. A lua parecia sorrir de tão bela. Por alguns momentos achei que ela estava rindo da minha situação…debochada! Bem, eu daria razão a ela, mas logo voltei ao meu estado contemplativo. Notei que a grande farra, regada à tequila e acompanhada pelos mariachis não acontecia. As estrelas foram o espetáculo. Realmente inesquecível, mas o pior estava por vir. Eu teria que (ou pelo menos tentar) dormir na rede “king-size” que me aguardava.
Posso dizer que foi a noite de sono (ou sem ele) mais terrível da minha vida. Mas teve suas compensações.
Acordei com meus “vizinhos” hippies tocando violão em uma reverência ao sol. Aquela paz toda já estava mexendo com meus nervos. Após duas horas tentando colocar a minha coluna no lugar, arrumei minha mochila (coitada!) e comecei a me despedir do lugar. Não me importei em desperdiçar a diária válida até o meio dia.
Na minha caminhada para o ônibus que me levaria de volta à Cancún, olhei para trás e pude ver meus amigos ainda cantando, meditando, sem banho a vários dias, jejuando e, posso até dizer, em seu estilo alternativo de ser, sendo felizes. Senti-me melancólica por um minuto, mas, no minuto seguinte, pensei:
– “Qual o problema de um hotel 5 estrelas?”
Bem, já posso dizer que fui “alternativa” uma vez na vida. Meus netos se orgulharão de mim. Ai, minha coluna!

 

Conselhos de Kotler

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Durante o Fórum Mundial de Marketinge Vendas 2009Philip Kotler (guru do marketing) aponta oportunidades valiosas em meio à crise.
 Uma empresa forte, para Kotler, é aquela que está bem em finanças e em marketing. “Devem, na turbulência, comprar concorrentes ou seus ativos e aumentar investimentos em marketing”, recomenda.
 Um dos erros que se comete em uma crise é colocar todas as energias da empresa no gerenciamento do presente, isto é, no corte de gorduras e na operação. Kotler aconselha insistir nos produtos que já estão prontos e desenvolver uma nova estratégia. “O que mantém uma empresa viva é o sonho. Salvar a empresa e esquecer todos os sonhos não é certo”, alerta.
 Conselhos para marketing e vendas
 Kotler foi generoso ao aconselhar aos profissionais de marketing e vendas sobre o que fazer em épocas de dificuldades. Confira alguns de seus conselhos:
 – garantam o market share nos seus principais segmentos de clientes. “Não deixem que seu mercado principal seja afetado por suas medidas. Permaneçam próximos dos seus clientes principais”. Servindo melhor os principais segmentos de clientes, as empresas podem reduzir o o market share dos concorrentes;
 -estudem melhor o cliente, cujas necessidades estão mudando. “Os vendedores não podem ser folhetos ambulantes faladores. É preciso saber sobre os problemas que estão preocupando o cliente”, diz Kotler;
 – concentrem-se em tudo o que for seguro e enfatizem os valores essenciais. “Proteja aquilo que representa a sua marca”.
 – abandonem rapidamente os projetos, anúncios e promoções que não dão certo;
 – abandonem clientes, segmentos, localizações e produtos não lucrativos. “Alguns clientes você deseja que deixem sua empresa, para que atrapalhem a vida do concorrente”, diz o palestrante;
– tentem aumentar o orçamento de marketing, para investir em pesquisas, testar novas segmentações, alterar as características de um produto, bancar um lançamento promissor, aproximar-se dos clientes-chave e explicar-lhes por que ainda faz sentido comprar o seu produto;
 – não deem descontos em suas melhores marcas. “Sua marca principal tem o seu preço. Isso é especialmente verdadeiro para as marcas de luxo”.

“Branded Content”

Já ouviu falar nesta expressão? Pois é a nova tendência da publicidade e significa “produção de conteúdo” feita pelas marcas. Vou explicar: em vez de simplesmente patrocinar programas ou fazer propaganda tradicional, as empresas têm, cada vez mais, produzido conteúdo para atrair a simpatia do consumidor mais crítico e arisco dos tempos da internet. Por exemplo, as rádios Mitsubishi FM Oi FM. Elas carregam nomes de empresas, as músicas e os programas jornalísticos veiculados procuram traduzir a “cara” das marcas e atrair uma audiência que se identifique com elas.

“Com controle remoto, podcasts, rádios e TV digitais, ade vez menos o consumidor está disposto a ver propaganda”, diz Hércules Florence, sócio da agência Share Brand Entertainment à Folha de São Paulo de 24/08/08, de onde tirei esta reportagem.

O conteúdo pode aumentar reconhecimento e faturamento da marca. Os desfiles da grife de lingerie Victoria´s Secret são comprados por dezenas de emissoras de TV e sites.

Mas algumas empresas garantem que isso é somente uma estratégia de fortalecimento da marca e nada mais. Renata Souza Ramos, diretora de marketing da Mitsubishi Motors afirma: “Nosso negócio é vender carros. Fazemos o rali, a revista e, agora, a rádio, para investir na marca e não para lucrar.”

Seja como for, definitivamente as empresas (de todos segmentos de mercado) devem começar a inovar urgente a maneira como se comunicam com seu consumidor. A tecnologia está mudando (e rápido) o perfil de compra de todos nós!
Criatividade já!!!
criatividade

“BIG APPLE” welcomes you!

bigappleNew York (ou Nova Iorque, se preferirem) realmente é uma metrópole cosmopolita, internacional e intrigante. Confesso que não escolheria nunca morar por aqui, mas passar alguns dias pode ser interessante e nos faz sentir conectados com o mundo.
“A cidade que nunca dorme” (The city that never sleeps!) realmente oferece tantos atrativos que é difícil escolher os melhores para colocar aqui. De qualquer maneira, não espere uma hospitalidade comovente ou sorrisos acolhedores nas ruas. O típico New Yorker:

– Conhece como ninguém as principais linhas de metrô.
– Anda sempre apressado e adora um casacão preto no inverno.
– Não conhece muito as palavras “sorry”, “thank you” e “please”.

– Dá muita importância para a moda e adoooora gastar com marcas de grife.

Com poucos dias, conviva o melhor possível com este “ser” diferente (ou até tente ignorá-lo) e divirta-se:

* Caminhe pelo Central Park. No verão pode encontrar shows de música ao vivo, carruagens e um visual super bonito. No inverno, um lindo lado congelado onde é possível patinar (Trump Ice Skating Rink) e outros tantos visuais sensacionais.
* O Museu de História Natural é um lugar único e merece uma visita.
* Shows da Broadway, claro, não podem ficar de fora. Se nunca viu um, o Fantasma da Ópera deve ser o primeiro.
* Pegue a balsa e vá conhecer a Estátua da Liberdade. Já que está lá…
* O observatório do Empire State Bulding também é de praxe. O prédio é meio velho e não temnada de mais por dentro. Vale pela vista lá de cima.
* Ande pela Fifth Avenue (Quinta Avenida) e visite todas as lojas mais famosas (e caras) do mundo.
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* Ir para o meio da Times Square e ficar com cara de bobo olhando para cima e admirando tantas luzes. Foto com o “naked cowboy” que é figura constante no local também vale (mas só dá primeira vez, ok?! Já é mico de qualquer jeito!)
* Os ônibus de turismo são uma boa opção para conhecer a cidade pela primeira vez. Depois vai ver que muita coisa dá para fazer caminhando e o metrô também te leva para qualquer lugar.
* Bem, depois destas coisas básicas acima, aí já é hora de passear pelo Soho (lojas e restaurantes ótimos), pela 46th Street (Little Brazil) caso esteja com saudades de uma comidinha brasileira com guaraná e assistir um show típico de Gospel, Soul & Jazz originalmente do Harlem.
Na volta, você terá na mala um boné do New York Yankees, uma camiseta “I LOVE NY” (daquelas 3 por USD 10,00) e alguns quilos a mais mas, com certeza, estará se sentindo mais “cidadão do mundo”.
i love Ny
 Obs.: Só não esqueça de voltar as palavras “obrigado”, “desculpe” e “por favor” para o Brasil!
Discover how to handle “your” NYC!!!
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Mí Buenos Aires querido!

Há muito tempo que vejo Buenos Aires como parte do meu trabalho e esqueço de aproveitar este incrível clima “europeu”. Não dá para negar que eles sabem promover muito bem seu estilo e seu país. Essa coisa meio Paris, meio São Paulo, comida de primeira qualidade (não deixe de experimentar el “ojo de bife”), vinhos divinos (sugiro Malbec sempre!), verdadeira hospitalidade (essa história de rivalidade se limita ao futebol) e agora ainda com o Peso mais baixo que o Real…é tudo de bom!

Ainda hoje muitos “gringos” mal informados ainda acham que Buenos Aires é a capital do Brasil (acreditem se quiser!).
“La Capital Federal”, como o pessoal local gosta de chamá-la, concentra em suas ruas e arredores mais da metade da população, além de ser o centro político, econômico e cultural da Argentina.

É uma metrópole com personalidade própria, aberta à arquitetura, cultura e à arte do mundo todo; cosmopolita e contraditória, dinâmica e tradicional, histórica e vanguardista.

Também não faltam atrativos para o turismo:

– Caminito – Reduto do Tango. Acredito ser a esquina mais típica da cidade. A algumas quadras aproveite para visita “La Bombonera” (estádio do Boca Juniors).
– Feria de San Telmo – Somente aos domingos. Para quem gosta de antiguidades é um prato cheio.
– Recoleta – Entre restaurantes maravilhosos, feira de rua nos finais de semana, Shopping Buenos Aires Design, Hard Rock, ainda é possível visitar o Cemitério (case de marketing) onde está o túmulo de Eva Perón (Evita).

– Show de Tango – Esquina Carlos Gardel é minha favorita. Caro, mas oferece um show inesquecível (que não deixa nada a dever para grandes espetáculos que vemos na Europa).

– Hotel Faena – Conheça o supra sumo do design, arrojo e contemporaneidade de Philippe Starck (quer saber tudo de design, conheça mais sobre ele!). Este hotel merece um outro texto exclusivo para ele.
– Hotel Alvear – requinte e luxo levado ao extremo. Referência de elegância em uma cidade exigente e com grande demanda de serviço de alta qualidade.
– Puerto Madero – Lado moderno da cidade. Arranha céus espelhados contrastam com o prédios antigos dos outros bairros.
– Florida – uma rua super conhecida. Impossível não comprar alguma coisa. Agora se quiser gastar mesmo, sugiro Palermo, onde poderá encontrar todos os outlets das marcas mais famosas e bem mais em conta.

– Restaurantes – Nossa, difícil dizer. São muitos. Difícil é você comer mal ou ser mal atendido em algum lugar.
Agora o melhor mesmo é simplesmente caminhar pelas ruas da cidade. Tudo é perto, o clima é ótimo (um friozinho de inverno em um dia de sol faz tudo ficar melhor ainda) e, mesmo se tiver que pegar um táxi, os preços são mínimos.

Viva Buenos Aires, deixe-se levar pelo ritmo portenho e descubra um povo super orgulhoso da sua cultura e que, definitivamente, sabe receber bem!

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