Aircruise – o Cruzeiro dos Ares

A empresa inglesa de design Seymourpowell desenvolveu um dirigível que pode mudar o conceito de viagens de luxo, num futuro não muito distante.
Imagine-se em um confortável e luxuoso dirigível gigante, cruzando os céus em um ritmo calmo de 150 km por hora. Para um mundo que está obcecado com a velocidade, a Aircruise irá redefinir o prazer de viajar, sem vinculação às limitações de tempo e espaço. Afinal, estamos falando de uma viagem que pode levar até 37 horas entre Londres e New York ou até 90 horas entre Los Angeles e Shangai.
O projeto inclui uma cobertura, além de quatro apartamentos duplex e cinco menores. O espaço é realçado por grandes espaços públicos, incluindo um bar e um lounge.
O projeto já está sendo conhecido como um “cruzeiro no ar”, milhares de metros acima do solo.
A altura da aeronave é de 265 metros e o projeto inclui uma cobertura, além de quatro apartamentos duplex e cinco menores. O espaço é realçado por grandes espaços públicos, incluindo um bar e um lounge.
De acordo com um dos idealizadores, é fato que tal projeto exigiria um enorme investimento e improvável que uma empresa individual ou consórcio possa pagar. Entretanto,quem sabe, se o mar subir o nível, poderemos olhar para onde e como vivemos de uma forma totalmente nova.
Com um ambiente acolhedor e livre de poluição, o Aircruise levará a experiência de “cruzeiro” a novos patamares, sem limitá-la aos rios e mares do mundo.

A empresa de design acredita no projeto: “Nunca diga nunca!”Veja o vídeo do projeto…

Meet Sir Richard Bradson & Virgin Group

Ao participar da NBTA 2010 em Houston/US este ano, tive o privilégio de assitir uma entrevista (ao vivo) com Sir Richard Bradson, da Virgin Group.
Sempre fui intrigada pelo empreendedorismo e visão desse incrível empresário…e visionário.
Conheça um pouco sobre essa “figuraça” do mundo dos negócios/entretenimento e sua mega empresa, a Virgin Group. Também cito abaixo várias frases que ouvi dele durante o evento.
 RICHARD BRADSON
 Foto que tirei no evento.
 
Richard nasceu em 1950 na Inglaterra e estudou em Stowe School, onde elaborou a revista Student, quando tinha 16 anos.Em 1970 fundou a Virgin como um varejista e logo depois abriu uma loja de discos na Oxford Street, Londres. Em 1972 construiu um estúdio de gravação em Oxfordshire.Em 1977, assinou com os Sex Pistols. A partir daí vieram Culture Club entre outros, até chegar aos Rolling Stones, o que contribuiu para tornar a Virgin Music uma das seis maiores gravadoras do mundo.
Em 1999, tornou-se cavaleiro da rainha da Inglaterra, por isso o “Sir”.
Hoje é o 245º homem mais rico do mundo de acordo com a Forbes Magazine.
LIVRO
Seu lema deu o título ao seu livro: “Screw it, Let´s do it!” (Sorry, se vc não entendeu, não vou traduzir…procure no “google translator”, quem sabe lá…)
Clique AQUI e compre direto na Amazon. Não achei disponível em nenhuma livraria brasileira. Se alguém achar, me avise!
  DICAS

* Simplesmente faça (Just do it) – acredite que tudo que você deseja pode ser alcançado. 
* Divirta-se – Tenha uma atitude positiva e, quando alguma coisa deixa de ser divertido, siga em frente. 
* Seja inovador – o sistema não é sagrado. Pense criativamente. 
* Tenha “sex appeal” – Coloque entusiasmo em tudo que faz. 
* Faça algo de bom – Mude o mundo, mesmo que de forma pequena.

 
FRASES 
(Que ouvi no evento e que me marcaram)
“Existe espaço SIM na aviação americana. Mesmo com um mercado dominado, você coloca um produto com qualidade superior, você tem espaço.AVirgin Atlantic já tem 26 anos e, a maioria dos meus concorrentes pequenos já não existem mais.”
  
” Things should be fun. People should be entertained.”
“Se você é uma pessoa positiva, coisas positivas podem acontecer na sua vida.”
” Se sua empresa está indo bem, você deveria estar contratando e expandindo.”
” Os detalhes é que fazem a diferença entre uma empresa normal e uma empresa excepcional.”
” Virgin is about people!”
” Você tem que fazer as coisas pela sua paixão e não por dinheiro. O que realmente vai fazer a diferença? O que vai te dar orgulho?”
E para ilustrar como funciona a mente de Sir Richard, em um certo momento, ele fala que seus funcionários podem trabalhar hoje na indústria de discos, amanhã em uma cia.aérea. Quem sabe talvez em uma empresa que produz camisinhas. Nesses momento, todos riram e ele emendou: “O quê? Vocês acham impossível? Existem somente 3 fornecedores de camisinhas em todo os Estados Unidos.
 
VIRGIN GROUP
Virgem é uma das marcas mais reconhecidas e respeitadas do mundo. Já considerada por muitos como uma “lovemark”. 
A Virgin Group mantém empresas muito bem sucedidas em setores que vão da telefonia móvel aos transportes, viagens, serviços financeiros, mídia, música e ginástica.
A Virgin tem hoje mais de 300 empresas no mundo inteiro e emprega em torno de 50.000 pessoas em 30 países. Sua receita em 2009 ultrapassou os 18 bilhões de euros.Contrariamente ao que algumas pessoas pensam, a contínua expansão do eclético império não é aleatória, nem irresponsável. Cada empresa demonstra a devoção ao escolher o mercado e a oportunidade corretos.
Além disso, vários são os fatores que tornam a Virgin um sucesso: 
* poder do nome Virgin
* reputação pessoal de Richard Branson
* o estilo de gestão Virgin
Para alguns tradicionalistas, o fato da Virgin não ter muitas camadas de hierarquia nem burocracia, parece algo irreal e intangível.  Mas funciona para eles! 
EMPRESAS
 NOVOS PROJETOS
1) Virgin Galactic
O audacioso projeto de levar as pessoas ao espaço para turismo é um dos sonhos malucos de Sir Richard. As espaçonaves começaram a ser construídas em 2008, mas desde 2005 já existem reservas confirmadas para as primeiras viagens espaciais “for fun”.
Serão 2 espaçonaves (uma já pronta e a outra completa até 2011) que levarão os passageiros em um vôo radical de duas horas e meia. A nave sobe cerca de 109 quilômetros acima da Terra e permite aos passageiros uma experiência de quatro a cinco minutos de gravidade zero (como bônus, os passageiros oficialmente se tornam astronautas viajando mais de 80 quilômetros no espaço). Depois de um breve vôo suborbital, a espaçonave reentra na atmosfera e retorna à Terra.
E seus passageiros já estão classificados devidamente:
  • Fundadores – os primeiros 100 passageiros a voar pagaram US$ 200 mil. Esse grupo já está fechado.
  • Pioneiros – passageiros que voarão no primeiro ano de operação pagarão de US$ 100 mil a US$ 175 mil. Nesse caso, um depósito de US$ 20 mil precisa ser feito.
  • Viajantes – os vôos seguintes provavelmente vão ser mais baratos, mas a tarifa ainda não foi definida.

Obviamente, esses custos são significativamente inferiores aos US$ 20 milhões que os turistas espaciais Dennis Tito(2001) e Mark Shuttleworth (2002) pagaram para voar na espaçonave russa Soyuz até a estação espacial internacional.

CLIQUE AQUI e conheça mais desse projeto incrível! Tem um vídeo ótimo para assitir.
2)  Submarino (Necker Ninfa)
O submarino é feito de fibra de carbono como um avião e incorpora a tecnologia de jato de combate e “asas” para movê-lo para cima ou para baixo. Branson espera que, eventualmente, para explorar profundidade de 35.000 pés (maior que a altura do Monte Everest). Mas o veículo projetado por 669 mil dólares pela Hawkes Ocean Technologies pode mergulhar apenas a 130 pés atualmente.
No evento que estive presente, ele afirmou que é mais difícil levar pessoas ao fundo do oceano (por causa da pressão) do que ao espaço. Nenhuma base espacial do mundo ainda conseguiu chegar ao ponto mais profundo do oceano (próximo a Porto Rico). Ou seja, existem espécies que anda não conhecemos. 

    E veja Sir Richard se divertindo em sua ilha…

Gostou da Virgin Group? Quer trabalhar lá? Bem, ainda não existe no Brasil, mas fique de olho na Virgin Careers .
Ou mande um CV direto ao Sir Richard Bradson…
Não sabe onde encontrá-lo? Na sua casa, nas Ilhas Virgens Britâncas. Uma delas é sua e se chama Necker Island – por isso o nome do submarino. Conheça mais AQUI e surpreenda-se…

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Aliás, eu falei sobre a ilha em um post antigo. Leia AQUI o post “As 5 férias mais caras do mundo.”

Shopping nas alturas (Sky Mall)

A muito tempo me divirto com a revista SKY MALL, disponível nos aviões de muitas cias.aéreas americanas.
São 10.000 produtos à venda através de vários canais. Além disso, a empresa decidiu investir pesado em e-commerce em 2010 e acaba de lançar seu aplicativo para smartphones
Seu diferencial é oferecer vários canais de marketing direto do fabricante. Ou seja, atuam como uma espécie de catálogo.
Recentemente, dispensaram 15% dos seus funcionários e pensam em uma reestruturação na empresa até o final do ano.
Bem, mas a idéia aqui é falar da parte engraçada do SkyMall.
Nunca cheguei a conclusão se são produtos diferentes, inteligentes ou simplesmente inúteis.
Fato e que você encontra (literalmente) TUDO o que possa imaginar (e o que nunca imaginou também). De qualquer maneira, a critividade dos inventores vale um post.
Aliás, os clientes pagam caro por essas “inovações”. Dá uma olhada nos preços!!
Selecionei 11 produtos “interessantes”, mas no site você encontra muito outros…
BANHEIRO
Economize seu tempo e limpe o box do seu banheiro durante o banho! “Indispensável!”
QUARTO
Leia com as mãos livres. Ideal para ler enquanto você se exercita ou cozinha.
GARAGEM
Reparador de asfalto
CARRO
The Drib – USD 23,00
Capa para você não sujar a roupa enquanto come no carro. Sem comentários!
PETS (Bichos de Estimação)
Traveling Pet Seat – USD 99,95
Para o conforto do seu bichinho de estimação durante passeios ou viagens de carro.
BEBÊS
Para quem não conheçe, esse é o nome de uma música infantil muito conhecida nos USA.
A tradução é “Brilha brilha estrelinha”. Se não conheçe, ouça AQUI.
LIMPEZA
Gutter Cleaning Tool – USD 38,90
Limpador de Calha
VIAGEM DE AVIÃO
Um dos meus favoritos! Nunca vi alguém viajando com o travesseiro. 
Fico imaginando este Sr.andando pelo aeroporto, fazendo o check in e aguardando na sala de embarque com isso.
VIAGEM DE CARRO
Cobertor elétrico para viagens. Você conecta na saída do isqueiro do carro e ele esquenta. 
Dá para 2 pessoas. 
Para aqueles casais que não se ententem sobre que temperatura o carro deve ter.
 JARDIM
Melhor seleção de itens estranhos é, sem dúvida, na seção “Garden”. Aqui você acha pedras artificiais, girafas, Moais (estátuas da Ilha de Páscoa) e até um zumbi (sim…um zumbi saindo da terra) para decorar seu jardim. 
Abaixo a singela estátua do Pé Grande.
ESPORTE
Canoe Kayak Transparent – USD 1.600,00
Ìtem de primeira necessidade.

A polêmica dos assentos verticais da Ryanair

Imagine seu avião pousando e você não ouvindo mais: “Favor retornar seus assentos para a posição vertical“, afinal, você já está voando “em pé”…literalmente!
A companhia aérea Ryanair anunciou que vai introduzir os assentos verticais nos seus vôos de curta distância nos próximos dois anos. 

A idéia faz parte de um plano que pretede revolucionar o mercado de viagens. 

Entretanto, a segurança dos passageiros está incomodando a Civil Aviation Authority (CAA), que levantou dúvidas sobre se os assentos passariam por testes de segurança.
O porta-voz da Ryanair, Stephen McNamara, disse: “Estamos muito confiantes de que os bancos podem passar por testes de segurança. Se a Boeing pode colocar um homem na lua, pode fazer isso dar certo.”
 

O cinto de segurança passará por cima do ombro dos passageiros ao estilo daqueles que os tripulantes usam nas cabines durante os vôos. A cia. aérea espera financiar essas mudanças cobrando 1 euro para  a utilizaçãodo banheiro durante os vôos. Outra decisão polêmica.
Para abrir caminho para os assentos verticais, a Ryanair está pensando em retirar os dois banheiros da parte traseira da aeronave e colocar fileiras que possam acomodar cerca de 40 a 50 pessoas extras por vôo.
E piadas não faltam. O Jornal Daily Mail, do Reino Unido, escreveu uma matéria com a chamada: “Sardinhas no Céu”.

Para sustentar sua idéia, McNamara afirma: Fizemos uma pesquisa com cerca de 120.000 passageiros e 42% disseram que viajariam nas fileiras verticais, mas somente se pagassem metade do preço de um assento normal.
A Ryanair quer ir ainda mais a fundo no conceito “low cost, low fair” e realmente oferecer um preço super baixo aos seus passageiros. 

E quando falo “super” baixos, quero dizer MUITO baixo…5 Euros!
   E você? Viajaria “em pé”? Acha que a Ryanair obterá sucesso?

O incrível Parque Temático da Ferrari

A Ferrari surpreende mais um vez. O Ferrari World Theme Park deve abrir dia 28 de Outubro de 2010 em Abu Dhabi (Emirados Árabes) e promete surpreender até os mais exigentes. Como novembro é a última corrida da Fórmula 1 do ano, o evento promete…
A montanha russa, chamada de Formula Rossa, será um destaque especial. Os carrinhos serão em formato da Ferrari Spider F430 e poderão chegar à 240 KMs/H.

 

Mas o dia estará só começando, pois os loucos por adrenalina poderão experimentar a Força G, uma viagem pelo interior de um motor Ferrari 599, escola de direção para os jovens e até um sobrevôo pela Itália seguindo uma Ferrari. Sim, te levarão para a Itália…
Quer ter uma idéia melhor desse inacreditável empreendimento? Dê uma olhada no vídeo promocional  AQUI e surpreenda-se!

Tudo o que você precisa saber sobre as OTAs (Online Travel Agencies)

Esse meu artigo foi publicado no Hôtelier News. Leia AQUI.
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OTAs (Online Travel Agencies), OTCs (Online Travel Companies), Third-Parties (ou 3rd Parties), Agências Virtuais, Agências Online e tantos outros nomes são, na verdade, denominações do mesmo tipo de negócio: venda de viagens “online” através de um intermediário.

Estamos falando de agências de viagens que ganham dinheiro com comissão de qualquer produto vendido em seu portal, além de propagandas. Elas são especializados em planejamento, venda, “reviews” (comentários) ou na combinação de tudo isso para quem vai viajar.
E esse mercado só tende a crescer:
* De acordo com a Forrester Research, reservas online é o maior segmento do e-commerce mundial.
* O site eMarketer prevê aumento de 11% das viagens online em 2010.
* A PhoCusWhright já confirma que um viajante visita 3,6 sites antes de decidir pela compra de um bilhete aéreo.
* A HeBs estima que, em 2009, nos Estados Unidos, a comercialização online de hotéis já se divide entre 60% de vendas diretas (homepage dos hotéis) e 40% de indiretas (OTAs).
* As OTCs tiveram um aumento no share de 10 pontos percentuais em 2009 em comparação a 2008.
* Para 2010, a HeBs afirma que 45% do total de reservas dos hotéis americanos serão através da internet.
* O canal GDS (Global Distribution System) vem caindo. Foram 3,8% de queda de 2008 para 2009 e 26% a menos no share de canais de distribuição entre 2006 e 2009.
* O canal “voice” (Centrais de Reservas / Depto. de Reservas) caiu 2,9% de 2008 para 2009.
A explicação desse crescimento da distribuição online é fácil de entender. Para o cliente final existem ótimas vantagens: possibilidade de comparar preços em vários sites, conforto ao efetuar reservas de casa e total privacidade e segurança dos seus dados financeiros.

Por outro lado, as OTAs funcionam melhor para viajantes com programação flexível, pois, muitas vezes, ficam limitadas ao inventário (disponibilidade e preços que os hotéis deixam a sua disposição) previamente estabelecido.

Mas quando se trata de “last minute deals”, elas realmente são imbatíveis e daí se originou toda sua força. Afinal, os hotéis podem baixar preços, algumas semanas antes (estudos mostram que baixou de 4 para 3 semanas) caso ainda haja disponibilidade. Com o alcance das OTAs, essa “promoção” é espalhada rapidamente e com grande impacto na internet.
Portanto, para atrair clientes, as OTAs precisam de acordos super diferenciados com os hotéis e uma exposição especial no ranking dos sites de busca. E, acreditem, elas são experts nisso! Muito mais do que a maioria dos hotéis.

A fim de permanecerem competitivos, muitos hotéis já perceberam que vale mais a pena gastar seu orçamento de marketing em sites de terceiros do que na mídia tradicional. Além disso, também melhoraram o conteúdo das suas próprias homepages. Afinal, esse é o canal de distribuição mais barato que existe (custo 8,3 vezes menor que as OTAs), que evita o pagamento de comissões e ainda proporciona total controle do seu inventário.

Como conseqüência, vivenciamos uma batalha comercial inevitável entre as OTAS e as homepages dos hotéis.

E as agências online vêm trabalhando duramente para orientar o consumidor para seus sites. Hoje em dia, os OTCs têm fotos de hotéis e apartamentos, informações sobre preços e ofertas e, até mesmo, dados sobre entretenimento local e reviews (comentários) dos hóspedes.

As maiores OTAs do mundo hoje são:

Voyages-snf.com
• Expedia, Inc (Incluindo Expedia.com, Hotels.com, Hotwire.com e outras)
Sabre Holdings (Incluindo Travelocity, Lastminute.com e outras)
Opodo
Piceline.com
• Orbitz Worldwide, Inc – (Incluindo Orbitz.com, CheapTickets, ebookers e outros) – 48% dela pertence à TravelPort (um dos maiores conglomerados da indústria de turismo do mundo)
Está claro que o crescimento da internet e das OTCs mudou completamente nossa dimensão de receita e oportunidades de vendas no segmento turístico.
O desafio agora é gerenciar os muitos e complexos canais de distribuição disponíveis sem negligenciar os métodos tradicionais de reservas.

E quem é o responsável por essa gestão dentro de um hotel?

O ideal seria existir um “Gestor de Distribuição Online” ou “Coordenador de E-commerce”. Se seu hotel ainda não chegou lá, o Revenue Manager deve encabeçar as decisões (dentro de uma responsabilidade já aumentada), em conjunto com o Depto. de Comunicação (responsável por todo o conteúdo informativo e visual) e Vendas (responsável pela decisão de mercados chave, segmentação, etc). Ou seja, é um trabalho a “seis mãos”.
E pensar que 10 anos atrás esse tipo de trabalho (essencial hoje em dia) nem existia.
Junto com o debate em torno das OTCs, um assunto que está muito em pauta nos dias de hoje são as “afiliadas”, ou seja, sites de agências online que revendem o inventário das grandes OTAs em troca de comissão.

Exemplo: Quando você assina um contrato (tarifa NET – sem comissão) com a Expedia, seu hotel poderá ser revendido por Expedia.com, Hotels.com e, literalmente, por outros milhares de sites afiliados que revendem o inventário do Expedia.

O volume desses sites é tão grande que, em 2009, já representavam 30% dos negócios do Hotels.com.

Essas reservas chegam aos hotéis como TravelNow.com e muitos hoteleiros são sabem o que isso significa (até agora).

O http://www.cheaprooms.com/ é o maior afiliado do Expedia. Ele fica com 15% de comissão sobre a tarifa vendida e o Expedia com 20% a 30%, dependendo do contrato.
Atualmente, a ética entre esses afiliados é um problema, pois alguns criam sites parecidos com o dos hotéis para capturar suas reservas diretas.

As grandes OTAs não fazem isso, pois sabem que ficarão expostas e tachadas como antiéticas, mas quem controla os milhares de afiliados?

Exemplo: Quando procuramos no Google o Hotel Bentley de Miami, aparece o site http://www.hotelbentleymiami.com/ ehttp://www.hotelbentleymiamibeach.com/, ambos da CRSHotels.com. Entretanto, o site oficial da unidade é http://www.thebentleyhotel.com. A diferença é visível. E esse é só um dentre inúmeros outros casos.
Quando questionados, muitos gerentes gerais desses hotéis estão agradecidos às OTAs por lhe ajudar a encher seus hotéis. Por outro lado, o pensamento poderia ser: “Essa OTA está desviando milhares de reservas diretas que deveriam entrar pela minha homepage com um custo muito mais baixo, além de desconectarem o hóspede da experiência da minha marca.”
A melhor forma de combater isso é denunciando o caso para a OTA principal, da qual o site afiliado “puxa” o inventário. E parece funcionar.
A Bookings.com recebeu uma reclamação sobre esse tipo de procedimento da http://www.hotelreservations.com e imediatamente desativou seus links com eles. Aproveitou para esclarecer que está muito preocupada com esse tipo de ação e alerta para corrigir possíveis atos antiéticos dos seus afiliados.
Mas além da função de distribuição, as OTAs estão se tornando canais para postagem de comentários (reviews) de hóspedes e desbancando muitos sites específicos de “travel reviews”, liderados pelo TripAdvisor.
De acordo com estudo da PhocusWright, em 2009, 3 de 4 comentários de turistas foram postados em sites de OTAs.

Fica claro que aos 3rd parties já entenderam a importância dos reviews de viajantes no processo de decisão de compra e estão tirando proveito disso.

No gráfico abaixo fica claro como elas estão tomando conta desse mercado.
A discussão agora é por “poder”. A indústria hoteleira quer retomar o controle do seu inventário, mas ela mesma deixou que as OTCs definissem o diálogo de preço com os consumidores. E os hotéis não podem culpar ninguém, senão a si mesmos.
Em Agosto de 2009, o jornal USA Today publicou uma matéria com o resultado de uma pesquisa feita em hotéis dos EUA, onde o preço das diárias de suas homepages foi comparado com os principais 3rd parties.

Resultado: Em 99% dos casos os valores dos sites dos hotéis foram mais baratos para o cliente final. Mas também ficou claro que as OTAs oferecem uma “sensação” de ganho maior. Mas é só sensação mesmo, pois muitos benefícios e serviços não estão disponíveis nas diárias que os 3rd parties oferecem. O problema é que nem sempre o consumidor se dá conta desses detalhes e vê somente o preço final.

No final da reportagem, a dica do jornal foi: “Compare, compare e depois compare novamente. Só assim você vai garantir o melhor valor para sua viagem.”

Para comprovar essa teoria, verifiquei as tarifas de alguns hotéis de São Paulo nos seus sites e nas principais OTAs enquanto escrevia esse artigo. O resultado foi o mesmo. Tarifas ligeiramente mais baixas nas homepages dos hotéis e mais altas nos sites afiliados. Pela lógica comercial, tudo certo!

Mas não são todos os hoteleiros que agem eticamente. É sabido que alguns contratos de OTAs mencionam a paridade tarifária (não podem divulgar preços menores do que os praticados pelos hotéis) e, mesmo assim, muitos hoteleiros baixam os preços na sua homepage para não pagarem comissão às agências online. Se essa é a sua intenção, nem assine o contrato. Direcionar para o canal mais barato (sua homepage) faz sentido, mas a ética acima de tudo. Lembre-se que, hoje em dia, a reputação online é muito importante para a sustentabilidade do seu hotel (assunto já comentado em artigo anterior).

Com base nesses fatos, acho até engraçado quando, ainda hoje, muitos (a maioria) dos hoteleiros ainda vivem sob o paradigma da paridade tarifária. Em qualquer evento do trade que assistimos, a paridade de tarifas é tratada como algo intocável, vital para o sucesso nos negócios.

Porém, mesmo sabendo que alguns hoteleiros não vão gostar de ler isso, se pararmos para pensar sobre o atual cenário de distribuição, o controle total da paridade tarifária em todos os canais de distribuição, hoje, é uma utopia.
E, por favor, não entendam que sou contra a paridade. Somente estou dizendo que o controle está se tornando impossível em função da capilaridade dos canais.
Enfim, a polêmica sobre o assunto parece estar recém começando.

Outro exemplo da dimensão que isso tomou é da Priceline.com, que lançou um comercial (vinculado em horário nobre na televisão e exemplo de marketing viral na internet) chamado: “Priceline Negotiator” (O Negociador Priceline). Veja o vídeo original aqui (em inglês).

William Shatner (famoso ator – Capitão Kirk da série Star Trek, Jornada nas Estrelas – interpretando o hóspede) chega à recepção e diz que quer seu apartamento por 65 dólares. O Recepcionista diz que as diárias, para aquele dia, não estão abaixo de 130 dólares. Então ele chama o “Big Deal” (um homem grande e ameaçador com uma tatuagem nas mãos dizendo: “Dollars and Sense”.
O Homem fala ao Recepcionista:
– “É sábio deixar um produto perecível estragar?”

Shatner (Hóspede): “Sim, porque deixar um apartamento vazio?”

Recepcionista: “A receita adicional facilmente cobre os custos operacionais.”

Shatner: “65 Dólares é melhor que nada.”

O recepcionista, ameaçado, aceita a oferta e diz: “Ok, 65 dólares pela diária.”
Até agora, nenhum hoteleiro se pronunciou sobre o anúncio.

Mas na França, parece que a indústria hoteleira resolveu se posicionar e levou um caso de “suposto abuso” por parte de uma OTA aos tribunais.

Há poucos dias, o Sindicato dos Hoteleiros franceses (Synhorcat) promoveu uma ação, alegando que os hotéis que não trabalham com o Expedia são listados no TripAdvisor sem apartamentos disponíveis, mesmo com disponibilidade. O Sindicato alega que, além de discriminatória, a ação inibe o consumidor a contatar diretamente o hotel para fazer sua reserva. Além disso, ainda critica informações como “desconto de 75% sobre as tarifas dos hotéis” no site do Expedia. Isso dá a sensação de que os hotéis estão com constantes descontos pelo Expedia, enquanto, na verdade, são preços aplicados somente em períodos restritos.

“Não temos nada contra a internet, ao contrário“, diz Didier Chenet, presidente da Synhorcat, “mas não podemos deixar que essas práticas penalizem os hoteleiros.”
Sabemos que nunca a totalidade do inventário de um hotel será vendida 100% diretamente. Mesmo na era pré internet, 25% das reservas dos hotéis nos EUA vinham de agências de viagens, operadoras, etc. Mas a redução de canais indiretos é uma importante decisão. Além de preservar a marca e evitar a erosão das suas tarifas, as reservas diretas possibilitam o engajamento do cliente antes, durante e depois da hospedagem, promovendo um relacionamento a longo prazo e maior fidelização.
Se analisarmos os hotéis independentes, a mudança da distribuição offline para o online ainda é uma sobrecarga que não foi assimilada totalmente. O principal motivo é a falta de conhecimento de que o marketing digital não é uma despesa, mas um investimento com retorno imediato. Outra razão é a sensação de que a tecnologia necessária para tornar-se competitivo é privilégio somente das grandes redes.
Ainda existem os hotéis franqueados que acham que a marca principal é a responsável pela “internet”.
E se você acha, que por estarmos na América Latina, onde o mercado das OTAs ainda não está maduro, não há necessidade de se interar mais do assunto, está enganado.
Lembre-se que as OTAs estão aqui para ficar. Elas não vão desaparecer.
Não trabalhar com elas está fora de questão. Deixá-las tomar conta do seu negócio, também.
Então prepare-se e faça essa pergunta repetidamente: “Meu hotel está realmente preparado para uma mudança radical na maneira como gera reservas e aplica seu orçamento de marketing?”
Com base nisso:
• Conheça as principais OTAs e o impacto no seu mercado
• Saiba como a concorrência está gerenciando o assunto, mas não tome como verdade absoluta o que eles estão fazendo. Estude o máximo sobre o assunto e tome a melhor decisão para o “seu” inventário.
• Invista nos canais de distribuição diretos
• Empregue cuidadosamente seu budget de marketing (incluindo redesenho da sua homepage, boa visualização em sites de busca, email marketing, publicidade online e patrocínios, mobile marketing, iniciativas focadas nas redes sociais, etc)
• E, finalmente, não deixe de ser distribuído pelos 3rd parties (você precisa deles), mas, por favor, gerencie as OTAs de maneira que elas trabalhem a seu favor.
Não esqueça, é o SEU negócio que está em jogo!!!!

Crazy Bear – Dramatic Luxury Design

Prepare-se para conhecer um hotel com o design mais “dramático” do mundo, o Crazy Bear.
Na verdade, a marca Crazy Bear tem 3 hotéis no Reino Unido: Stadhampton, Fitzrovia e Beaconsfield.
Como descrevê-los? Hotéis Boutique, “high design”, únicos, inconfundíveis.
Na onda do “clean” design, os Crazy Bears se diferenciam e arrebatam hóspedes que desejam uma experiência diferente de qualquer outro tipo de hotel.
Sem letreiros na fachada e com janelas pretas, os hotéis parecem não fazerem questão de serem encontrados.
Para entrar no clima, faça o check in, vá para o bar “rock´n´roll bar” e peça um dry martini enquanto aprecia os espelhos negros, o mármore italiano e o lustre de 17 metros, todo coberto de cristais  Swarovski e couro preto.
Estamos falando de um hotel com somente 10 apartamentos, individualmente decorados e incrivelmente intimistas.
Cada apartamento leva consigo uma carga emocional incrível. São camas com pés de bronze, couro texturizado no chão e nas paredes, madeira trabalhada à mão, porcelana francesa, espelhos dourados, veludo grosso e folhas de ouro.
A culinária de um Crazy Bear acompanha o exotismo do hotel. Gastronomia tailandesa e inglesa se misturam com culinária vegetariana e muita pimenta.
Delicie-se e surpreenda-se com a estonteante decoração de um autêntico Crazy Bear (Urso Louco).
Você pode até não gostar, mas não sairá impassível de um ambiente assim…

 

RM – O Conceito que está revolucionando a Hotelaria Nacional

Esse texto está reproduzido integralmente de como foi publicado no Hôtelier News e foi escrito por Aline Costa e Juliana Albino. Leia o original AQUI.
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Vale o quanto pesa. O provérbio, apontado por muito como de origem lusitana, ajuda a explicar o conceito de Revenue Management (RM. A grande expertise é perceber que o valor dos serviços prestados de um hotel varia de acordo com uma série de fatores internos e externos.
A prática de mapear esses indicadores e cruzar com a infraestrutura do empreendimento, permite focar a venda para a pessoa certa, na hora certa e pelo preço certo (segundo Robert Cross).
O assunto tem sido abordado nos principais seminários, congressos e reuniões do trade e o Hôtelier News conversou com diversos profissionais para buscar novas abordagens a respeito da aplicação deste conceito.
Segundo Gabriela Otto, Diretora de vendas e distribuição da Rede de Hotéis de Luxo Sofitel para América do Sul, o Revenue Management ainda caminha no Brasil.
As cadeias internacionais foram as primeiras a falar sobre esse assunto, pois tiveram que se adaptar mais rápido às exigências de sua marca no exterior em termos de previsão, precificação e, principalmente, metas financeiras cada vez mais difíceis de atingir. Nós estamos caminhando, digamos, a passos ‘médios’. Como exemplo, ainda nos falta inserir RM como matéria básica nos cursos de hotelaria e precisamos ter mais consultorias e treinamentos especializados para escrevermos, debatermos e pensarmos mais sobre o assunto. Enfim, é um setor cheio de oportunidades.”
Gabriela Otto é uma das especialistas
em Revenue Management no país.
(Foto: arquivo pessoal)
Ela destaca que se estivesse cursando hotelaria hoje, sem dúvida se especializaria em Revenue Management. “Vocês não imaginam a quantidade de hotéis que procuram RMs todos os dias e que não conseguem preencher suas vagas por falta de profissionais com um mínimo de qualificação no assunto.”
Ideas
Um dos sistemas utilizados no mercado brasileiro é o Ideas, que atualmente atende a hotéis como o Tivolí São Paulo Monfarrej, Grand Hyatt São paulo e alguns empreendimentos da Rede George V – Alto de PInheiros e Casa Branca, por exemplo.
Ao falar sobre o sistema RM, Wilton Costa, Gerente de Receitas do Tivoli São Paulo, destaca sua precisão. “O sistema atua de uma forma que o sistema não conseguiria, independente de sua experiência no setor.”, afirma ele. “O Ideas decide o melhor negócio para o hotel. Para tanto, o sistema possui uma interface de rate view que estuda as tarifas mais competitivas a serem praticadas para cada época.”, completa.
Costa esclarece ainda que, por meio do RM, sua atuação no hotel é otimizada. “Antigamente o profissional de RM ficava mais preso ao controle de receitas. Hoje, com a redução de processos que o Ideas oferece,  posso fazer visitas técnicas e me preocupar com outras coisas.”, conta ele.
Gabriela Otto também aponta que as ferramentas de RM são essenciais para o funcionamento de um hotel. “RM, na verdade, é muito mais que uma ferramenta, e sim um método e estratégia de gerenciamento que evidencia na demanda e preço. Sem dúvida um hotel hoje que visa rentabilidade e competitividade sustentáveis, não pode mais viver sem uma sólida cultura de RM permeando sua estratégia. As tecnologias são atreladas ao mecanismo, e o que nao falta hoje são sistemas e programas específicos para auxiliar os RMs a fazerem suas previsões e análises de dados com a menor margem de erro possível.”, declara.
Ainda alerta, “é muito importante salientar que a tecnologia ajuda, mas está longe de ser o ítem mais importante da gestão de RM. Já vi profissionais super qualificados e uma simples planilha de Excell trazendo incremento real de receita no final do mês, com previsões (forecasts) bem realistas e ainda aplicando preços dinâmicos. Antes de qualquer investimento astronômico, um curso avançado de Excell, por favor!”, enfatiza.
Primeiro Ano
Diferente do ocorrido com outros empreendimentos que utilizam Ideas no país, o Tivoli São Paulo trabalha com o sistema desde sua abertura. Ao ser questionado sobre a efetividade do sistema, Costa explica que o primeiro ano de operação funciona como um período de pesquisas. “Foi um ano de estudo, no qual o sistema criou um banco de dados com informações sobre o comportamento dos clientes, bem como as tarifas praticadas em cada mês. Apartir disso, fizemos o orçamento para 2010“, explica ele.
Vendas x RM
Com experiência no setor de vendas, Costa comenta a relação do Revenue Management com o vendedor, que, às vezes, pode ser controversa. “O colaborador da equipe comercial quer vender, é o Revenue Manager é a pessoa a ser convencida, visto que, em alguns casos, as vendas são remanejadas para que outras com melhor potencial de  receita possam ser concretizadas.” justifica ele.
Porém, segundo ele, esse choque não ocorre no empreendimento. “Como fui eu que realizei a implantação  do sistema no hotel, não houve nenhum tipo de trauma. Pelo contrário, no empreendimento o sistema beneficia a equipe de vendas ao indicar qual segmento deve ser focado.” explica.
No quesito Revenue e Vendas, Gabriela Otto diferencia a importância de ambos os departamentos. “O Marketing (assim como vendas) é responsável por gerar demanda e Revenue Management de gerenciar essa demanda. Se um hotel trabalha somente com Marketing e Vendas, aceitará toda as reservas que chegarem sem nenhum critério e deixarão de ganhar (‘leaving money on the table’)”, frisa.
A executiva traça um paradigma para aquele hotel que só trabalha com RM. “Se um meio de hospedagem foca suas ações somente em RM, primeiro pode nem ter demanda para gerenciar e, segundo, esqueçe fidelização, agregar valor à experiência do hóspede e relacionamento a longo prazo. Ao mesmo tempo que não dá para imaginar um trabalhando sem o outro, ainda é muito comum vermos Gerentes de Marketing e RMs de um hotel que nunca sentaram para conversar. Parecem dois estranhos. A conciliação não é fácil, pois ambos se sentem um pouco ‘donos’ do cliente. Um gerencia as preferências e comportamento do hóspede através do CRM e o outro sabe tudo sobre seu perfil de compra. Na verdade a criação de uma relação sólida e vitalícia com o cliente exige um trabalho em conjunto, analisando todas essas informações.”
Ela abre uma reflexão sobre com os vendedores mais antigos em relação ao RM. “Ainda há uma certa tensão no ar quando tratamos de RM com aqueles vendedores mais antigos (em termos de mentalidade e não necessariamente idade ou experiência). A sensação de perda de poder e autonomia que o vendedor (que não entende os benefícios de RM) pode atrapalhar uma melhor performance do hotel. Por outro lado, não existe mais espaço para aquele RM que se coloca como o ‘todo poderoso’, que exige ser acatado, que não admite que errou e que não leva em consideração a ampla visão de mercado e profundo conhecimento dos clientes, que só os vendedores tem. Felizmente a nova geração está chegando com uma cabeça super aberta e consciente de que todos estão ‘no mesmo barco’, querendo aprender mais e sempre. Isso é excelente para nosso setor“, completa.
Sem gesso
O George V Alto de Pinheiros, localizado na capital Paulista, já com o sistema de RM a certo tempo, no qual Marcos Steiger, gerente operacional do Grupo Aldan, proprietário do empreendimento, destaca como um grande benefício o fim das tarifas ‘engessadas’. “Com a implantação de RM deixamos de ter contratos engessados para vender melhor“, afirma ele. “Com o Ideas, é possível avaliar os fluxos do passado e presente para fazer projeções futuras“, completa.
Steiger explica também o processo de implantação do sistema. “Antes do Ideas, já operávamos com RM, porém de uma forma que classifico como ‘caseira’. Com a idéia de otimizar a receita, fizemos seminário e implantamos o sistema, que ajudará a elevar nossa diária média, possibilitando um crescimento de até 20% em vendas gerais para 2010 (no George V Alto de Pinheiros)”, afima.
Resistência e Retorno
Ao ser questionado sobre a suposta resistência do mercado brasileiro  à cultura de RM, Steiger explica que muitos hoteleiros podem achar que o sistema vai influir na sua ‘autonomia nos negócios’ . “O software não vai administrar seu hotel. A palavra final sempre será a do gerente“, esclarece.
Por fim, o executivo afirma que RM é um investimento que se paga. “Acredito que falta ainda um pouco de ousadia para alguams redes no Brasil.” Quando você utiliza um sistema de RM, deve estar preparado para ouvir e falar ‘não’ em alguns casos. Contudo, nada te impede de tentar mudar a cultura de seu cliente. O Revenue Management representa uma profissionalização para o setor, principalmente por acabar com o ‘achismo’ na hora do gerenciamento de receita“, encerra.
Gabriela ainda enfatiza que existe resistência no mercado brasileiro para a prática de RM. “Eu tenho certeza dessa barreira, principalmente por falta de conhecimento. Não é raro vermos aquele Gerente Geral ou mesmo Gerentes de Vendas com uma questão ainda retrógrada, achando que volume, achando que volume é mais importante que qualidade da venda. Sei de histórias, de hotéis conhecidos no mercado nacional, que ainda trabalham com uma única tarifa para todo seu hotel, não importando a categoria, sazonalidade ou perfil do cliente”, completa.
Isso só para mencionar alguns poucos critérios que devemos analisar antes de determinar um preço. O que fazem é, no máximo, uma diferença entre dia de semana e final de semana. No dia em que eles derem o braço a torçer e um RM conseguir mostrar o quanto de receita eles estão deixando de ganhar (‘leaving money on the table’, que já citei acima), gostaria de estar lá para ver a cara dos nossos amigos hoteleiros aeptos ao Sempre sobrevivemos assim. Para que mudar?”, questiona.
A frente da concorrência
Para Gabriela RM facilita as vendas e acaba proporcionando que o hotel saia na frente da concorrência. “A assertividade é indiscutível. A demonstração de profissionalismo diante de uma negociação com o cliente e valorização do seu hotel é inquestionável quando o vendedor aplica as recomendações do Revenue Manager juntamente com sua expertise sobre o cliente.”
E destaca, “todos no hotel devem ter muito cuidado ao lidar com o ‘preço’ do seu produto/serviço. Preço é um dos componentes que compôem a imagem da marca. Todo vendedor deve entender muito bem o impacto que um desconto ou upgrade mal dado pode trazer ao posicionamento de sua marca“, aponta.
Cultura a ser difundida
O Grand Hyatt São Paulo é um exemplo de empreendimento que sentiu necessidade de implantar o Revenue Management. “No início da operação do hotel não tínhamos o Revenue. pois, depois de alguns anos, percebemos que, em um meio de hospedagem desse porte e com uma grade tarifária extensa, seria praticamente impossível trabalharmos sem o sistema”, conta Alexandre Teixeira, Gerente de Revenue Management do Grand Hyatt São Paulo.
Dessa forma outros executivos, Teixeira endossa o entendimento que o RM é uma cultura. “A partir do momento que você decide implantar o sistema, ele deve ser difundido para que todos os departamentos do hotel fiquem alinhados. Uma vez que as pessaos entendem os benefícios, fica fácil de vender a idéia. O sistema ajuda, inclusive, as operações da equipe de vendas, que tem acesso ao Ideas para saber o melhor tarifa a ser oferecida para determinado grupo“, aponta o executivo.
Rodrigo Collaro, que já atuou na Gol Linhas Aéreas, Accor e hoje ministra palestras pelo sul do país comenta que ainda dependendo da região, por não ter a concorrência das grandes redes, os hotéis menores acham que não é necessário implantar o conceito. “O lado positivo pe que esse cenário, embora ainda exista, já está mudando. O movimento começou nos Estados Unidos, depois passou pela Europa, e agora chegou no Brasil e tende a ser assimilado em todo o país.”
Pouco a pouco a percepção das oportunidades que a aplicação do conceito abre vai crescendo entre os profissionais. “Você tem mais ferramentas para fidelizar os clientes mais assíduos e que compram com antecedência. Por outro lado, você pode ser menos flexível com quem deixapara o último momento e é menos sensível a preço“, comenta.  Diante disso, o maior desafio de um hotel é conciliar business e lazer com faixas de perços diferentes. “O público que viaja a lazer é mais sensível a preços e pode até cancelar os planos se achar que não vale a pena. Já o público corporativo é menos sensível por conta da grande necessidade que tem  de reaizar as viagens.”
Segmentação
De acordo com Teixeira, a segmentação é fundamental para um sistema de RM funcionar de acordo. “Um exemplo é o segmento de grupos, no qual o sistema classifica o tamanho (quantidade de pessoas), período da semana para o qual a reserva é solicitada e fatores como a receita de A&B que poderá ser gerada, podendo assim escolher a melhor alternativa de venda para o hotel“, explica. “Contudo, vale ressaltar que o sistema nunca descarta nenhum tipo de venda, mas sim dá opções como escolha de datas diferentes“, esclarece.
EUA e Brasil
Teixeira comenta ainda a diferença da aceitação na cultura de RM entre os Estados Unidos e o Brasil. “É mais fácil operar com o sistema na relação comercial com os grupos do exterior. No Brasil,  isso tem melhorado bastante, mas, em alguns casos individuais, a negociação fica mais complicada“, analisa.”Já existem vários executivos que entendem e temos avançado nessa questão“, completa.
Gabriela diz que as estratégias de RM são aplicadas nos EUA a mais de 20 anos. “Eles estão em um patamar já focado em ‘novas’ tecnologias e realizando debates super profundos sobre o assunto. Lá o RM é Diretor de RM, no mesmo nível do Diretor de Vendas. Por aqui, muitos hotéis (quando tem um RM) ainda oferecem cargos e salários abaixo dos vendedores, por exemplo. Isso terá que mudar, e rápido. Por aqui,  estamos descobrindo ainda o que é mesmo esse negócio de RM, essa ‘nova moda’ que todo mundo resolveu falar. Se você perguntar para a maioria dos hoteleiros do Brasil sobre o conceito e aplicabilidade de RM, ainda ouviremos discursos básicos. Os que estão se aprofundando no assunto, se destacam no mercado e conseguem resultados efetivos para seus hotéis.”
Mais do que comparação com outros países, o que precisamos mesmo é  deixar qualquer resistência de lado, aprender sobre o assunto e colocar a ‘mão na massa’. Nosso ‘timing’ só precisa ser um pouco mais rápido“, acrescenta.
RM na crise
Por fim, o executivo comentou sobre a importância de operar com RM durante períodos de instabilidade econômica, como o ocorrido no último ano. “O sistema é essencial nestes momentos, principalmente porque te ajuda a qualificar a venda e extrair o melhor de cada período, eliminando pouco daquela análise especulativa“, justifica Teixeira.
Quadro Negro
Não, não vamos falar de nenhum aspecto catastrófico. Este quadro negro à uma referência às lousas verdes tradicionais das salas de aula. Luiz Gonzaga Godoi Trigo, professor da Universidade de São paulo, que ministra palestras e aulas sobre o tema, salienta alguns aspectos do ambiente de aprendiagem universitária.
No curso de Turismo da USP, Revenue Management é ministrado junto com as matérias de administração no meio do curso. Um dos itens principais que os alunos têm que  entender é que o RM é um instrumento e não um fim. Portanto é necessário seguir todos os procedimentos e processos para que esse sistema funcione“, explica Trigo. “Claro que é necessário também saber distinguir quando um procedimento deve ser deixado de lado por conta das necessidades presentes. Como exemplo, falar de um hóspede que chega meia noite e meia no hotel. Você não vai fazê-lo preencher ficha naquele momento“, comenta.
Ele acrescenta também que uma das formas de explicar o conceito aos alunos é comparando o sistema de preços com o que já vemos em cinemas e teatros – nos quais preços variam de acordo com o dia e  horário das exibições. “E há sites que já exibem o preço mínimo previsto com antecedência de um ano. Nestas tabelas podemos perceber com os preços variam em algum  final de semana especial ou em período de férias.”
Collaro que ministra palestras para hoteleiros ja atuantes, cita as principais dúvidas. “A primeira delas é  em relação aos reais beneficios que o RM possa trazer ao empreendimento. Principalmente os proprietparios de meios de hospedagem independentes e familiares, que acham que o conceito só é aplicável a redes. Além disso,  eles querem saber também qual o software mais adequado para suas necessidades“, comenta Collaro. “Outra questão  levantada é sobre qual a melhor forma de negociar os contratos corporativos. Há o medo de perder clientes“, finaliza Collaro.

A Moda invade a Hotelaria

Este artigo também foi publicado na minha coluna HOTELIER DU LUXE no site Luxury Lab. Leia AQUI.
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De acordo com a Revista Hotelnews, a hotelaria está atenta às tendências da moda e dedicando mais tempo e investimentos na criação de sua linha de uniformes.
O Hotel Tivoli São Paulo Mofarrej, por exemplo, chamou o estilista Alexandre Herchcovitch para criar de seus uniformes. Cuidados especiais foram tomados na escolha do material empregado, visando, sobretudo, o conforto e bem-estar dos colaboradores.
Já a marca Sofitel está concluindo um alinhamento para as unidades da América Latina como forma de fortalecer a presença da marca na região e alcançar o reposicionamento no segmento luxo no mercado internacional. A aposta na alta costura faz parte do projeto.
Quem assina a linha é Jean Louis Scherrer, formado na casa Christian Dior, que criou os novos modelos sob três diferentes conceitos: Dia & Noite – ternos e tailleurs com acessórios para o dia, vestido preto e estilo smoking para a noite -, Sólida – mais apropriada para hotéis de cidade – e Harmonia – para os resorts.
“Os hotéis Sofitel estão sendo redefinidos em cada elemento da marca, com foco especial nos novos padrões de serviços de luxo, representando grandes investimentos na região para melhorar ainda mais a qualidade dos seus serviços. Nesse sentido, os uniformes constituem um símbolo muito forte dessa nova identidade”, destaca Mariângela Klein, diretora de marketing da América Latina.
Sofitel Buenos Aires
O Hotel Grand Mercure de São Paulo foi ainda mais além. Após convidar a estilista da Office Colection, Luísa Standlanderpara criar seus uniformes, o hotel marcou o momento em grande estilo: um desfile de seus colaboradores.
A proposta dos novos uniformes, a estilista comentou que foram fabricados com tecido nobre e tropical, com blazers acinturados, calças mais justas ao corpo e muitos bolsos, matingales, zíperes e detalhes. “A idéia é deixar os colaboradores mais elegantes, descontraídos e “estilosos”, sem abdicar do conforto e praticidade para o dia-a-dia”, afirma Luísa.
De acordo com as tendências modernas, as gravatas borboletas e os coletes foram extintos e os novos aventais foram inspirados nos bistrôs franceses, o que confere um ar mais clean na apresentação dos garçons.
Grand Mercure Ibirapuera

 

A Qualidade dos Serviços Hoteleiros

Esse meu artigo também foi publicado no Portal Cidades Paulista. Leia AQUI.
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Entregar um serviço de alto padrão de maneira consistente é o grande desafio dos hoteleiros atuais. Em um mercado global cada vez mais competitivo, essa é uma condição essencial para a perpetuação do negócio.
“Qualidade de serviços” é um conceito relativo, onde o juiz final é o cliente. A qualidade “percebida” não é o que você acha do seu negócio, da qualidade que está entregando ou do preço que está cobrando. O que o cliente percebe é o que vale. O que ele não percebe, ou não gosta, é desperdício de tempo e dinheiro.
Para o hóspede, a qualidade de um hotel está na percepção de qualidade que ele entende que recebeu versus a percepção do quanto ele pagou. Um conceito mais abrangente do conhecido “custo x benefício”.
Muito se fala, atualmente, que o poder está na mão do consumidor, mas ainda existem empresários que não entendem o quanto isso é real e está impactando seu negócio.
De acordo com recente pesquisa do Grupo Padrão, em parceria com a Consultoria Shopper Experience, o bom atendimento é o item mais importante no processo de compra de um produto/serviço para 61% dos entrevistados, em vários estados do Brasil. 26% se preocupam primeiro com a qualidade do produto e, 24%, levam em consideração a imagem da empresa no mercado. Apenas 12% acham o preço importante na hora da decisão de compra. E, se analisarmos somente os consumidores de São Paulo, os mais exigentes do país, o índice de preço ainda cai para 5%.
Definitivamente, a pesquisa não deixa dúvidas que os “colaboradores” de uma empresa merecem investimento e atenção por parte dos empresários.
Voltando ao ambiente hoteleiro, o gerenciamento eficaz desse relacionamento entre “staff” e hóspedes é ainda mais crucial para o sucesso sustentável.
A imagem que um hotel deixará para o hóspede será exatamente o impacto cumulativo que esses “encontros” terão ao longo de sua estada.
Se pararmos para pensar, o maior bem que um hotel pode ter não são os ativos tangíveis, mas seus clientes e o desejo que eles têm de se hospedar e continuar voltando.
E não é difícil entendermos como acontece esse processo:
Pense na última vez que você entrou em um hotel ou um restaurante. Como você se sentiu com relação à qualidade da experiência? Você recomendaria a seus amigos? Qual foi a interação que realmente fez a diferença?
Caso não se lembre, o gerente do hotel ou restaurante, provavelmente, tem problemas relacionados à qualidade de serviços para se preocupar. Afinal, o que levamos conosco ao usufruirmos de um serviço, são memórias.

(O Hotel se transformou no próprio destino. É importante que ele entregue estilo, mas também, experiência)

(Fonte da Foto: http://3.bp.blogspot.com)
Mas como um negócio que tem a hospitalidade como seu “core business” pode trabalhar mais eficientemente?
A solução que Jan Carlzon, ex presidente da SAS, companhia aérea da Escandinávia, propôs, foi a eliminação das barreiras horizontais da comunicação. Ou seja, dar empowerment (dar liberdade, informação e poder para os colaboradores tomarem decisões) aos colaboradores de “linha de frente”, e afastar os gerentes de nível médio. Ao invés de administradores, esses gerentes se transformariam em líderes e auxiliares do pessoal da linha de frente, que atendem diretamente o cliente e ao mercado.
Os primeiros quinze segundos (sim, quinze segundos) entre um hóspede e o pessoal da linha de frente, do assistente que faz a reserva até o recepcionista e a camareira, determinam a impressão sobre todo o hotel na mente do hóspede. Aí está a “Hora da Verdade”, expressão que deu nome ao livro escrito por Jan Carlzon e leitura obrigatória para quem trabalha com serviços.
No momento em que ele viu sua empresa em uma difícil situação financeira, sem condições de cortar mais custos, a única saída foi aumentar receita. E a solução encontrada foi oferecer os “melhores serviços” que uma companhia aérea poderia entregar e ser reconhecida por isso.
Em pouco tempo, a pontualidade da empresa se tornou a melhor do continente e, na metade dos anos 80, a SAS foi eleita a companhia aérea do ano.

A valorização das pessoas que detinham o “poder” do contato direto com o seu cliente final foi um dos segredos do sucesso. E, com isso, a intuição, emoção e criatividade tomaram lugar no posicionamento estratégico da empresa.
Mas o processo que incentiva o pessoal da linha de frente a passar por cima da autoridade da sua chefia direta, caso entenda que ela o está impedindo de oferecer um serviço de melhor qualidade, não é de fácil operacionalização no dia a dia.
O primeiro executivo do hotel deve se preocupar constantemente em não desmoralizar seus gerentes e ainda tornar consistente o “poder” dos colaboradores. Jan Carlzon provou que isso funciona. “O sucesso de mudança de uma organização está vinculado ao processo de transformação do comportamento das pessoas que nela atuam. A burocracia é uma barreira à mudança e tem visão limitada”, completa ele.
Mas sua obra merece destaque e, a reflexão que traz, deve ser exercitada por todos que estão envolvidos com atendimento ao cliente.
O que eu estou querendo dizer com isto é que a maioria afirma que sua empresa é voltada para o cliente, mas poucos fizeram a mudança necessária para a produção de clientes verdadeiramente “encantados”.
Lembre-se que “o que o cliente percebe é o que vale”.
E para provar que a teoria de Jan Carlzon está certa e que só levamos memórias das experiências de serviços que vivenciamos, veja as situações abaixo:
Você pode até não lembrar os itens que compunham o café da manhã, da cor das cortinas ou da marca dos “amenities” daquele lindo hotel onde passou as últimas férias. Mas, com certeza, ficará marcada a lembrança de ter sido chamado pelo nome quando o “maître” do Restaurante o recebeu para o café da manhã, o sorriso verdadeiro acompanhando o “Boa Noite” da recepcionista que passou por você no corredor, o aroma de limpeza (com uma pitada de “verbena”) ao entrar no apartamento, ou ainda a gentileza da camareira que deixou um ursinho de pelúcia sobre o travesseiro do berço do seu filho para ele não estranhar tanto o novo ambiente e dormir melhor.
Sim, qualidade de serviços está intimamente ligada a emoções e sensações. Afinal, é assim que percebemos o mundo, através dos nossos sentidos. Um hotel que não mede esforços para criar “memórias” merece sua atenção. Garanto que as surpresas serão agradáveis!
Agora aproveite o seu “poder” de consumidor e de hóspede, deixe-se levar pelas emoções, escolha bem seus hotéis e colecione boas memórias!